Pela regulamentação atual, as metas de inflação no Brasil devem ser definidas com três anos de antecedência pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sempre no primeiro semestre. A meta de 2023, estabelecida em 2020, é de 3,25%, com intervalo de 1,5 p.p., ou seja, pode variar de 1,75% a 4,75%. O CMN estabeleceu a meta de inflação de 2026 para 3%, com intervalo de 1,5 p.p. para cima ou para baixo, e também manteve as metas de inflação para 2024 e 2025 no patamar de 3%, sem alterações, como já estava definido anteriormente.  O que mudará é que em vez de metas para cada ano civil ela poderá ser para 18 ou 24 meses: é a denominada meta contínua. É um sistema praticado em vários países e não há mudanças expressivas sobre o que existe hoje. O importante foi não flexibilizar as metas.

Juros cairão?
A taxa básica de juros está em 13,75% ao ano. Agora o mercado discute em qual momento os juros poderão cair no Brasil. Se a nota do Banco Central, quando resolveu manter a taxa no patamar atual, foi dura e apontou para eventual manutenção do aperto monetário, a ata por sua vez, divulgada na última terça-feira (27), indica que há divergências entre os dirigentes do Banco Central, abrindo assim a possibilidade de queda já na próxima reunião, em agosto. O alerta é no sentido de que não ocorra interferência política e que o Banco Central se mantenha com decisões técnicas.

Índice do aluguel em queda
O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), calculado pela FGV, ficou negativo em 1,93% em junho. Esse é o terceiro mês consecutivo de deflação do indicador, depois de registrar baixa de 1,84% em maio e de 0,95% em abril. Em 2023, até aqui, o índice já recuou 4,46%, enquanto no acumulado em 12 meses, o recuo é ainda mais expressivo, de 6,86%. Desta maneira, quem tem reajuste de aluguel com data base em julho, cujo indexador é o IGP-M, terá redução do valor do aluguel em 6,86%, salvo outra previsão em contrato.

Relatório Trimestral de Inflação
O relatório de inflação do segundo trimestre aponta que o Banco Central (BC) elevou de 1,2% para 2% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto neste ano. No tocante a inflação, o IPCA, índice oficial, o BC reduziu sua estimativa para 2023, de 5,8% em março deste ano, para 5% neste mês. Para 2024, a projeção do IPCA recuou de 3,6%, em março, para 3,4% agora.

Juros devem subir nos EUA
Com impacto no mercado cambial brasileiro, afinal, os movimentos dos juros fazem o capital financeiro mundial circular, o presidente do Banco Central americano (Fed), Jerome Powell, disse que a instituição está aberta a adotar duas altas consecutivas de suas taxas básicas de juros nos próximos meses para esfriar ainda mais a economia. Lembrando que não última reunião a taxa foi mantida na faixa entre 5,00% e 5,25% ao ano, uma pausa depois de sucessivas elevações.

Impacto no dólar?
Sim, a taxa de juros impacta o mercado cambial, portanto, na cotação do dólar. Caso os juros subam nos Estados Unidos, considerando que é a economia mais poderosa do planeta, os investidores tendem a migrar seus recursos para lá. Sacam os recursos de outros países, como o Brasil, por exemplo, aumentando a demanda por dólar, que se não houver ampliação da oferta de divisas, o preço da moeda estrangeira aumenta. No caso brasileiro há um ingrediente a mais: se o Banco Central reduzir os juros por aqui, o diferencial de juros será favorável aos EUAs, aumentando o fluxo de saída. Fiquemos de olho.