
Botucatu - A Polícia Civil de Botucatu (100 quilômetros de Bauru) aguarda resultado do exame de corpo de delito do homem de 36 anos que foi espancado na última segunda-feira (12) após ser confundido com um estuprador, enquanto acompanhava a filha de 13 anos, a distância, no trajeto da saída da escola até sua casa. A adolescente estuda no Sesi da cidade e, segundo o pai, um dos agressores seria funcionário da instituição.
De acordo com o delegado seccional de Botucatu, Lourenço Talamonte Netto, o Instituto Médico Legal (IML) irá emitir laudo detalhando a gravidade das lesões que o homem sofreu. O resultado do exame irá pautar as próximas ações relacionadas à investigação visando à responsabilização dos autores.
"Dependendo da gravidade, é um tipo de procedimento de Polícia Judiciária. Se for leve, vai para o Juizado Especial Criminal. Em Botucatu, temos o Necrim (Núcleo Especial Criminal). Então vai para o Necrim apurar. Se for lesão grave, instauramos o inquérito policial", diz. "Mas o BO (boletim de ocorrência) já foi feito, já temos um autor identificado e os outros são profissionais também da escola do Sesi que estão sendo identificados e também ouvidos".
Conforme divulgado pelo JC, o homem relatou que, segundo combinado com a mãe da estudante, permitiu que a filha fizesse o trajeto da escola para casa desacompanhada, pela primeira vez. Mas, por segurança, ele a seguiria a certa distância, sem que a menina o visse.
No caminho, porém, três pessoas o abordaram e alegaram que ele estava perseguindo a garota. O homem tentou explicar que era pai dela, mas, mesmo assim, os agressores o cercaram e o espancaram, além de o terem chamado de "malandro", "estuprador", "safado, "vagabundo", "mentiroso", dizendo que iriam "quebrar as suas duas pernas".
Ele conseguiu correr, mas, ainda de acordo com seu relato à Polícia Civil, foi perseguido e novamente espancado. Na sequência, conseguiu entrar no Senai em busca de ajuda, mas os indivíduos o alcançaram e voltaram a agredi-lo, dentro da sede.
Os autores só cessaram o espancamento quando, finalmente, foram convencidos de que o homem era pai da jovem. Em seguida, os três deixaram o local. À polícia, a vítima identificou um dos agressores como sendo funcionário do Sesi.
O pai perdeu diversos objetos pessoais, como pulseiras, relógio e par de óculos, e passou por exame de corpo de delito. O caso foi registrado por lesão corporal, ameaça e injúria.
Em nota, o Sesi-SP informou ter tomado "ciência dos fatos, uma vez que o próprio diretor da instituição chamou a polícia", e disse que aguarda a apuração do ocorrido pelas autoridades.