COLUNISTA

Festa do Divino Espírito Santo

Por Dom Caetano Ferrari | 27/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Bispo Emérito de Bauru

Nesta solenidade de Pentecostes, a Igreja Católica no mundo inteiro celebra o Espírito Santo derramado sobre seus filhos e filhas. A Igreja Católica diocesana de Bauru também celebra, jubilosamente, o seu Divino Padroeiro. Ainda, a Igreja, amada por Deus, planejada pelo Pai, fundada por Jesus e instaurada em Pentecostes quando línguas como de fogo desceram sobre os discípulos reunidos no Cenáculo, vive no Divino Espírito Santo. O trecho dos Atos dos Apóstolos lido na primeira leitura da Missa relembra-nos o que aconteceu naquele dia (At 2,1-11). São Lucas colocou o mistério de Pentecostes no contexto da celebração daquele Pentecostes que a assembleia de Israel celebrou no deserto. Conforme ele escreveu, o Espírito Santo apareceu sob a forma de duas figuras: vento impetuoso e línguas de fogo. Vento é sopro, é força, é vida. O fogo é apresentado em forma de línguas. Então: "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas segundo o Espírito os impelia... Por sua vez, cada qual os ouvia falar em sua própria língua". O Espírito desceu sobre os apóstolos reunidos no Cenáculo, em Jerusalém, no dia de Pentecostes, estando entre eles a Mãe do Senhor. Pela profusão dos dons sobrenaturais, que o Espírito Renovador derramou sobre eles, foi consolidada a Nova Aliança no Sangue de Cristo, nascendo a Igreja para cumprir sua missão salvadora no mundo. O dia de Pentecostes é, por isso, o dia do aniversário de nascimento da Igreja.

São Paulo, na segunda leitura proferida em 1Cor 12,3-7.12-13, enfatiza que o Espírito Santo é quem atua nessa Igreja de Cristo e em cada um de nós: "fomos batizados num único Espírito; nEle, nós todos formamos um só corpo; ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor senão no Espírito Santo; há diversidade de dons, ministérios e atividades, mas um mesmo é o Espírito; a cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum".

No Evangelho - Jo 20,19-23 - Jesus entrou no lugar onde os discípulos se encontravam e saudou-os: "A paz esteja convosco". Depois, mostrou-lhes as mãos e o lado aberto no peito. Repetiu a saudação da paz, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados, a quem não perdoardes, eles serão retidos".

Com a Ascensão do Senhor terminou o tempo de Cristo. Com Pentecostes começa o tempo da Igreja, ou o tempo do Espírito Santo. Na força do Espírito Santo a Igreja caminha sempre em vista da unidade e da comunhão na mesma fé, esperança e caridade. É o Espírito Santo quem lhe dá a força e a vida. O Espírito é a alma da Igreja, Ele faz dela a casa do Pai, de Jesus, sua cabeça e fundamento, e de nós, o seu corpo.

O Divino Espírito Santo foi e é o presente pascal de Jesus Cristo enviado por Ele e o Pai à sua Igreja no mundo. A Igreja vive o tempo do Espírito e nós, desde o Batismo, pela remissão dos pecados, somos animados e movidos pelo Espírito Santo que, com o fogo de seu amor e o ardor de seus carismas, nos concede a graça de vivermos a vida cristã como comunidade na oração, missão e construção do Reino.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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