OPINIÃO

OPINIÃO

A Função da Mãe na constituição de seu filho

A Função da Mãe na constituição de seu filho

Por Claudia Zogheib | 13/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min

A autora é psicanalista, especialista pela USP

Por Claudia Zogheib


13/05/2023 - Tempo de leitura: 2 min
A autora é psicanalista, especialista pela USP

Desde os primeiros sinais de vida existe alguém colaborando ativamente para o desenvolvimento do bebê.

A função materna é considerada fundamental para a estruturação e desenvolvimento do psiquismo da criança, e mesmo quando não exercida pela mãe biológica, poderá estar aos cuidados de quem decide participar ativamente e incondicionalmente deste processo tão valoroso que faz um indivíduo crescer e se constituir como sujeito.

Para a saúde mental do filho é fundamental que ambos se sintam fortemente identificados dentro de uma relação clara, fazendo com que desde o nascimento o bebê sinta que é objeto de amor e orgulho, assim como quem está cuidando sinta uma expansão de sua própria personalidade ao exercer esta complexa e maravilhosa função que interfere na vida de ambos.

O bebê já nasce com uma história lhe esperando numa estrutura simbólica que antecede seu nascimento e que não é suficiente para determiná-lo. Para ele vir a ser um sujeito, a mãe precisa exercer sua função, instaurando no corpo do bebê uma subjetividade que acontece por meio de laços estreitos que são determinados pelos cuidados e relação entre eles.

Se durante esse processo de subjetivação ocorre algum impasse ou impedimento de laço entre a dupla, o risco de que as fases estruturantes não se completem ou mesmo não se iniciem são imensas, abrindo a partir desta ruptura a possibilidade para futuras patologias.

Winnicott dizia que no desenvolvimento emocional da criança há uma disposição inata que corresponde ao crescimento do corpo e desenvolvimento de algumas funções onde a mãe participa ativamente enquanto provê suas necessidades.

Sendo associada ao acolhimento e sensibilidade, a mãe ampara os medos e angústias do bebê, aliviando, nomeando e traduzindo seus sentimentos a ponto de ele poder desenvolver a autoconfiança que lhe trará impacto positivo em sua segurança emocional por toda a vida. Na vida adulta, ele experimentará as consequências de todo um percurso que lhe foi ensinado e experienciado desde o início de sua vida.

Mãe é quem cuida, podendo ser a biológica, quem adotou, o pai, a avó, enfim, quem esteja em condições de proporcionar à criança um ambiente equilibrado e seguro para que ela se desenvolva satisfatoriamente a ponto de ser inserida no mundo com um ego saudável.

Cada fase tem um papel fundamental para o desenvolvimento do filho, mas quem está por trás de tudo e o deseja mesmo antes dele nascer, é quem terá condições para exercer esta função tão importante, capaz de estruturar sua subjetividade a ponto do bebê poder se perceber no mundo concreto como sendo alguém que contribui e que deseja construir sua trajetória de vida com boas escolhas.

O grande norteador impresso pelos cuidados maternos determina como somos, onde a função materna estrutura, transforma e é transformada sempre quando entre a dupla houver disposição e desejo para se abrirem para esta rica e única experiência. Feliz dia das mães!

Este texto foi escrito ao som da música "Baila Comigo" de Rita Lee e Roberto de Carvalho.

Desde os primeiros sinais de vida existe alguém colaborando ativamente para o desenvolvimento do bebê.

A função materna é considerada fundamental para a estruturação e desenvolvimento do psiquismo da criança, e mesmo quando não exercida pela mãe biológica, poderá estar aos cuidados de quem decide participar ativamente e incondicionalmente deste processo tão valoroso que faz um indivíduo crescer e se constituir como sujeito.

Para a saúde mental do filho é fundamental que ambos se sintam fortemente identificados dentro de uma relação clara, fazendo com que desde o nascimento o bebê sinta que é objeto de amor e orgulho, assim como quem está cuidando sinta uma expansão de sua própria personalidade ao exercer esta complexa e maravilhosa função que interfere na vida de ambos.

O bebê já nasce com uma história lhe esperando numa estrutura simbólica que antecede seu nascimento e que não é suficiente para determiná-lo. Para ele vir a ser um sujeito, a mãe precisa exercer sua função, instaurando no corpo do bebê uma subjetividade que acontece por meio de laços estreitos que são determinados pelos cuidados e relação entre eles.

Se durante esse processo de subjetivação ocorre algum impasse ou impedimento de laço entre a dupla, o risco de que as fases estruturantes não se completem ou mesmo não se iniciem são imensas, abrindo a partir desta ruptura a possibilidade para futuras patologias.

Winnicott dizia que no desenvolvimento emocional da criança há uma disposição inata que corresponde ao crescimento do corpo e desenvolvimento de algumas funções onde a mãe participa ativamente enquanto provê suas necessidades.

Sendo associada ao acolhimento e sensibilidade, a mãe ampara os medos e angústias do bebê, aliviando, nomeando e traduzindo seus sentimentos a ponto de ele poder desenvolver a autoconfiança que lhe trará impacto positivo em sua segurança emocional por toda a vida. Na vida adulta, ele experimentará as consequências de todo um percurso que lhe foi ensinado e experienciado desde o início de sua vida.

Mãe é quem cuida, podendo ser a biológica, quem adotou, o pai, a avó, enfim, quem esteja em condições de proporcionar à criança um ambiente equilibrado e seguro para que ela se desenvolva satisfatoriamente a ponto de ser inserida no mundo com um ego saudável.

Cada fase tem um papel fundamental para o desenvolvimento do filho, mas quem está por trás de tudo e o deseja mesmo antes dele nascer, é quem terá condições para exercer esta função tão importante, capaz de estruturar sua subjetividade a ponto do bebê poder se perceber no mundo concreto como sendo alguém que contribui e que deseja construir sua trajetória de vida com boas escolhas.

O grande norteador impresso pelos cuidados maternos determina como somos, onde a função materna estrutura, transforma e é transformada sempre quando entre a dupla houver disposição e desejo para se abrirem para esta rica e única experiência. Feliz dia das mães!

Este texto foi escrito ao som da música "Baila Comigo" de Rita Lee e Roberto de Carvalho.

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