DÍVIDAS

Valor médio das dívidas pagas em março é de R$ 570,37

Montante é 22,9% superior à média do que foi pago em janeiro e fevereiro

Por Guilherme Matos | 02/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Divulgação

Funcionários da Paschoalotto trabalhando com recuperação de crédito; grande parte das dívidas reflete gastos do final do ano
Funcionários da Paschoalotto trabalhando com recuperação de crédito; grande parte das dívidas reflete gastos do final do ano

R$ 570,37. Esse é o valor médio das dívidas pagas em março passado, segundo levantamento realizado pela Paschoalotto, empresa do segmento de recuperação de crédito. O montante é 22,9% superior à média do que foi pago em janeiro e fevereiro (R$ 472,46 e R$ 455,34, respectivamente).

Entre as maiores altas que gerou a elevação do ticket médio geral de março, destacam-se os segmentos de cartão de crédito (22,2%), fintechs (5,3%), veículos leves (4,0%) e consórcio (3,3%), acrescenta a empresa.

"Atualmente temos cerca de 70 milhões de inadimplentes no Brasil. Podemos afirmar que esse é um recorde de endividamento no Brasil. Alguns fatores contribuíram para esse cenário: a alta da inflação; o uso crescente do cartão de crédito, através da oferta de novos produtos e serviços por bancos e fintechs; e a maior demanda por serviços, como viagens e compra de passagens aéreas, geralmente também pagos no cartão", afirma Diego Mosquim, diretor de planejamento da Paschoalotto e quem coordenou a pesquisa.

Para ele, o maior desafio para o consumidor hoje em dia é pagar todas as suas dívidas num cenário de juros altos, que acaba dificultando a renegociação e o pagamento de dívidas atrasadas.

Segundo o economista Carlos Sette, as dívidas neste início refletem o comportamento do final do ano, com compras de presentes de Natal e gastos com viagens. Somam-se a elas as despesas impostas pelo início do ano, como o IPVA, o IPTU e o material escolar.

Motor da economia bauruense, o comércio pode ser altamente prejudicado pelo endividamento da população, segundo Sette. "Se o indivíduo não assume novos compromissos e parcelamentos, o comércio se prejudica". Ele explica que a população tem uma percepção sobre o risco de contrair dívidas em seu nome, pois sabe que terá mais dificuldades para comprar outros itens. Consequentemente, o comércio vende menos, gera menos emprego e diminui o "giro" de dinheiro no município, acrescenta.

A solução, segundo o economista, passa pela redução dos juros: "a diminuição de juros ajuda qualquer país do mundo, mas na política econômica mundial e globalizada, os juros ficam altos devido à alta na inflação. Na medida em que a inflação diminui, a taxa Selic (taxa básica de juros da economia) também vai cair", sinaliza.

O economista destaca que, quando isso ocorrer, os empresários não precisarão cobrar um valor mais alto pela mercadoria e o consumidor poderá comprar em parcelas a prazo, o que reativará o setor do comércio - essencial para grande parte da população bauruense.

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