Lotada. Foi assim que vereadores encontraram, na manhã desta terça-feira (25), a unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Geisel/Redentor, em Bauru. Semelhante ao que aconteceu em março, na ocasião no Bela Vista, integrantes das comissões permanentes de Fiscalização e Controle e de Meio Ambiente, Higiene, Saúde e Previdência da Câmara fizeram diligência com o objetivo de verificar o atendimento médico, estoque de insumos e medicamentos, condições dos equipamentos e o estado de conservação dos imóveis da saúde.
Desta vez, no entanto, os parlamentares não constaram falta de materiais hospitalares e medicações, situação que chamou atenção na primeira incursão. A Comissão de Fiscalização e Controle é presidida pela vereadora Estela Almagro (PT). Já a Comissão de Saúde tem como presidente o vereador Junior Lokadora (PP), que também é técnico de enfermagem. Estiveram presentes outros quatro parlamentares: Chiara Ranieri (União Brasil), Edson Miguel (Republicanos), Guilherme Berriel (MDB) e Pastor Bira (Podemos). Onze representantes do Poder Legislativo, de um total de 17, não participaram presencialmente.
Na primeira fiscalização, no Bela Vista, os vereadores foram acompanhados pelo então secretário interino Ezequiel Santos. Desta vez, no entanto, a nova titular da pasta, Giulia Puttomatti, não esteve presente. Ela teve uma reunião na prefeitura. Quem acompanhou os vereadores na UPA foi Ana Paula Delgallo Merli, diretora do Departamento de Urgência da unidade.
Segundo o vereador Junior Lokadora, a UPA do Geisel/Redentor estava com oito técnicos de enfermagem, mas, para ele, o ideal, pela quantidade de pessoas esperando atendimento, seriam 12. A unidade também tinha três médicos para clínica geral e dois pediatras, mas seria necessário, segundo o vereador, ao menos mais um profissional da pediatria.
De acordo com Estela Almagro, o cenário da saúde pública municipal segue preocupante. Para ela, a "porta de entrada" ainda mostra um grande número de pessoas esperando horas pelo atendimento.
"Aqui em Bauru temos apenas 100 agentes comunitários de saúde. Em Marília, que é bem menor que nosso município, tem quase 400 profissionais. Ainda estamos a passos de tartaruga. A prefeita [Suéllen Rosim] assumiu o risco de trazer uma secretária técnica, de fora, por indicação política, mas que ainda precisa conhecer as nossas demandas. Queremos saber quais as medidas concretas para melhorar esta situação [lotação] que encontramos aqui hoje".
Questionada pela reportagem, a Prefeitura de Bauru informou que o movimento acima do normal nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) acontece devido aos casos de suspeita de dengue e doenças respiratórias, que aumentam neste período.
"A Secretaria de Saúde abriu duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para o atendimento de casos de suspeita de dengue, que são as UBSs do Bela Vista e do Geisel, para desafogar as UPAs. Cabe destacar ainda que nos protocolos de atendimento das UPAs são priorizados os atendimentos dos casos mais graves, com os demais casos sendo atendidos depois (conforme Protocolo de Manchester), como é padrão em todo o País. Todos são atendidos."
Sobre a questão de recursos humanos, a assessoria respondeu: "Já em relação aos profissionais, enfermeiros e técnicos de enfermagem já foram contratados nos últimos dias, e mais profissionais aprovados estão sendo convocados para suplementar as equipes das UPAs de Bauru."
Em seu perfil pessoal no Instagram, a prefeita Suéllen Rosim publicou um vídeo em que afirma, sem dizer a quantidade, que a prefeitura vai contratar novos enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos, para repor e até ampliar o quadro de servidores da saúde.