COLUNISTA

A paz que precisamos

Por Hugo Evandro Silveira Pastor Titular | 22/04/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Igreja Batista do Estoril

O mundo quer paz, clama pela paz, embora tenha rejeitado o Príncipe da Paz. Embora tenha declarado dogmaticamente que a verdade é relativa, o mundo adora falar de paz , mas, na verdade, o mundo não tem ideia do que seja a verdadeira paz ou como ela é alcançada — Mundo do latim “mundus”, em uma extensão: “conjunto dos seres humanos” (Dicionário Priberam). Em geral esse mundo pensa que a paz se baseia no compromisso, mas os cristãos sabem que a paz autêntica se baseia na verdade — verdade que é implacavelmente teimosa, dogmática e inabalável. O mundo se enfurece em seus conflitos generalizados. Guerras, rumores de guerras, recessões econômicas, agitação social e controvérsia política global abundam na história.

O mundo fica surpreso com os conflitos porque espera que seu estado seja de paz, que todos devam se dar bem em paz e que todos os indivíduos, assim como as nações, coexistam em perfeita harmonia em cada momento e em todas as circunstâncias, não importando as diferenças religiosas, socioculturais, éticas ou políticas. Mas como cristãos, sabemos que conflitos sempre existirão neste mundo, porque ele é por pessoas caídas e pecadoras – inclinadas naturalmente à conflitos.

O apóstolo Paulo diz em seu texto de Gálatas 5 que o Espírito de Deus produz em seus receptores o fruto do amor, alegria, paz (), paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. A paz elencada entre essas nove virtudes é de valor inestimável, de substância puramente divina. E o mesmo autor afirma que os que frutificam no Espírito não apenas estão em paz com Deus, mas também gozam de paz.

No Antigo Testamento, no mundo judaico, Paz é Shalom () — que era muito mais do que simplesmente um sentimento de estar em paz. Segundo a narrativa do velho texto sagrado, a paz significava a experiência de estar completo e bem, de poder voltar para casa, de pertencer, de não se sentir um estranho, de ser um membro da família, aquela sensação de bem-estar — também era a quietude de estar na presença contínua do Criador, abençoado e protegido. A percepção da paz invariavelmente vinha na voz do sumo sacerdote quando este levantava as mãos e abençoava o indivíduo proferindo: “Que o Senhor te abençoe e te guarde; que levante sobre ti a luz do Seu rosto e te dê shalom”.

Quando o Senhor Jesus Cristo surgiu de sua morte e ressurreição, a sua primeira palavra foi: “Shalom – a paz seja com convosco” (João 20.21). Quem não precisa de paz? O mundo ouviu o lamento dos Rolling Stones: “Não consigo nenhuma satisfação, eu tento, e tento, e tento, e tento, mas eu não consigo” (I Can't Get No – Keith Richards / Mick Jagger). Onde não há satisfação, não pode haver paz – milhares declamam minuto a minuto, a cada segundo: “Eu tento, e tento, e tento, e tento, mas eu não consigo ter paz”. Essa desejada paz que tanto precisamos. Que privilégio e bênção possuem aqueles que encontram no evangelho de Jesus essas palavras e ‘poder’ testificados por meio do Santo Espírito: “Minha paz agora é sua”.

É uma questão de fé! Quem não possui a paz de Deus guardando seu coração e mente, é porque não a tem. A bem da verdade, a única esperança de um mundo emoldurado de paz, está em sua reconciliação com o Deus da paz, que dá paz a todos os que o buscam. Somente quando Deus conquistar nossos corações rebeldes, nossos corações que se enfurecem em conflitos, ansiedade, orgulho, vaidade, ambições, perturbações, desesperos e maldades – é que encontraremos a paz. Se as promessas bíblicas acontecerem, como cremos que acontecerão, o mundo inteiro reconhecerá o Príncipe da Paz em seu Reino da Paz que dominará todo o mundo. “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a Paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6,7). Essa incrível promessa de Deus para nossa paz é poder que ocorre independente das circunstâncias dessa vida; é a força motriz por trás da fé de cada um que crê. Nesse aspecto a oração é a língua nativa da fé; já a sua falta é a mudez da incredulidade. Portanto, ainda que suportando dores desnecessárias, eleve a sua alma a Deus em oração e confie plenamente nEle para prover a paz de que tanto precisa, que tanto precisamos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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