COLUNISTA

Jesus não era inclusivo

Por Hugo Evandro Silveira | 15/04/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril

Cristo é o único caminho para o reino do céu? Jesus é o único Salvador? Somente a fé em Cristo é necessária para ser salvo? O pluralismo responde "não" a todas as perguntas. O pluralista, acredita que existem muitos caminhos para Deus, sendo Jesus apenas um deles.

Para o inclusivista, embora talvez Jesus tenha realizado a obra necessária para nos trazer de volta a Deus, as pessoas podem ser salvas no espectro de suas próprias convicções. Portanto, embora Cristo seja o único Salvador, para o inclusivista as pessoas não precisam saber ou crer em Cristo para serem salvas.

Ocorre que o próprio Jesus não era inclusivo. Não no sentido moderno do termo. A inclusão que Jesus veio oferecer se dá exclusivamente por via da Cruz, do reconhecimento do pecado e arrependimento: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mateus 4.17). Cristo pregou as boas novas para todos, mas jamais afirmou que todos estariam salvos. Jesus nunca estabeleceu cotas para o ingresso ao Paraíso! Em Mateus 22.14, o próprio Jesus afirmou que "muitos são chamados, mas poucos são escolhidos" - nem todos são. Essa obsessão pela "inclusão" - sem sacrifício - não tem nada a ver com a mensagem de Cristo. Thiago Cortes assertivamente reflete que a ideologia do "politicamente correto" tem se espalhado como um vírus, infectando até mesmo o ambiente teológico: "Para adaptar Cristo aos dogmas do tempo atual, os progressistas passam a reinterpretar Jesus como um 'revolucionário', um 'pacifista', um "radical libertário" ou um tipo de 'hippie fora de época'". O problema como Cortes mesmo concluiu é que "nada disso se encontra na mensagem e no estilo de vida do Jesus histórico. Ele nunca reduziu sua mensagem à um mero manifesto político. Aliás, muito do que Jesus disse seria considerado um discurso de ódio nos dias de hoje".

A imagem que muitos tentam alçar de Jesus como um pacifista, que só veio pregar o amor à todo custo, não dura uma leitura superficial dos textos sagrados do Novo Testamento: "Vim lançar fogo na terra e como queria que já estivesse aceso! Pensais que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas, antes, divisão!" Lucas 12.49-51. Nesse tempo inclusivo que tendem abarcar todos sob a graça de Cristo pela via da aceitação, é importante lembrar que pela mensagem de Cristo esse viés não funciona - por exemplo: "Jesus foi pelas cidades e povoados e ensinava, prosseguindo em direção a Jerusalém. Alguém lhe perguntou: 'Senhor, serão poucos os salvos?' Ele lhes disse: 'Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês ficarão do lado de fora, batendo e pedindo': 'Senhor, abre-nos a porta'. Ele, porém, responderá: 'Não os conheço, nem sei de onde são vocês'. Então vocês dirão: 'Comemos e bebemos contigo...'. Mas ele responderá: 'Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal! Ali haverá choro e ranger de dentes, será quando vocês virem Abraão, Isaque e Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, mas vocês excluídos'." (Lucas 13.22-28).

Jesus Cristo, equivocadamente visto como "inclusivo, manso, bonachão, pacífico e meigo", falou mais do alerta, do perigo do inferno, do que do céu. Para quem busca inclusão na libertinagem, pelas palavras de Jesus, o inferno é o lugar inclusivo, não o céu. Logo o evangelho de Jesus tem muito haver com renúncia. A Graça de Jesus e seu grande amor abraça a todos os que se arrependem com quebrantamento e renúncia do pecado. Nesse aspecto o grande desafio é fazer as pessoas saberem interpretar textos. Achismos não tem vez no ensino sólido de Cristo.

Obviamente que somos todos pecadores, mas não devemos deitar na regalia do pecado, antes buscar uma vida de renuncia e arrependimento. Essa é a mensagem inclusiva de Cristo. Para a mulher adúltera Jesus com grande amor disse: "Vá e não peque mais!" ou seja, "vá e abandone sua vida de pecado" (João 8.11). Portanto de todas as pessoas que viveram e viverão, somente Jesus se qualifica como o único capaz de realizar a expiação pelos pecados dos que nEle creem. A conclusão é inquestionável: Somente Cristo qualifica-se como Salvador, e somente Cristo é Salvador dos que creem. As próprias palavras de Jesus não poderiam ser mais claras: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.