COLUNISTA

Mês da Páscoa

Por Hugo Evandro Silveira | 02/04/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril

Entramos no mês da Páscoa. Quão significativa é a Páscoa, para os crentes. A Páscoa é um evento histórico dentro da soteriologia cristã, ao celebrar a ressurreição de Jesus Cristo como base da salvação dos crentes. A Páscoa é uma oportunidade para renovar o compromisso dos cristãos com a sua fé ao relembrar o sacrifício de Jesus na cruz, por nossos pecados. Há uma relação profunda entre a Páscoa judaica e a Páscoa cristã, sendo que os eventos do Antigo Testamento apontam para a vinda de Cristo como o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1.29).

A Páscoa é "sine qua non" para a compreensão do evangelho e da obra redentora de Cristo. A Páscoa é a expressão da graça de Deus sobre a humanidade. A morte de Cristo não foi um acidente ou uma tragédia, como muitos infantilmente acreditam, mas parte essencial do plano divino para a salvação dos que creem em Deus, em sua obra redentora. Paralelamente, a Páscoa também é uma demonstração da justiça de Deus. A morte de Cristo satisfaz as exigências da justiça divina, permitindo que Deus perdoe os pecados dos crentes sem comprometer sua justiça e santidade. Nesse aspecto, a Páscoa traz à memória a ressurreição de Cristo, sendo ela a prova definitiva de que Deus aceitou o sacrifício de seu Filho Jesus e que a morte não tem mais a última palavra. Em uma visão mais ampla, a ressurreição de Cristo também é a garantia da ressurreição dos crentes na vida eterna. Logo, a Páscoa é a expressão da graça e da justiça divina consolidada na ressurreição do Filho de Deus.

Vivemos uma época em que é comum ouvir pessoas se descreverem como "espirituais, mas não religiosas". A rápida ascensão do cientismo tornou muitas pessoas céticas em relação às reivindicações sobrenaturais. No entanto, o vácuo deixado em seu rastro resultou em milhares que se perguntam se existe algo além do mundo natural: "O que acontece quando morremos?" "Esta vida tem sentido?". A Páscoa, o evangelho da ressurreição, estabelece não apenas a restauração do que é verdadeiro, como também restabelece a convicção que se estende além dessa existência, por hora impregnada de morte.

Antes da crucificação, Jesus afirmou: "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11.25); já ressuscitado ele apareceu e comunicou: "Eu sou aquele que estava morto e agora estou vivo" (Apocalipse 1.18) - o poder da vida ressurreta está nEle e oferecida a todos aqueles que lhe pertencem pela fé. Afinal, assim como Ele ressuscitou dos mortos, nós também o seremos (cf. I Coríntios 15.20).

É Páscoa mais uma vez! Mas não podemos cair na armadilha da repetição. Muito além de coelhos e ovos de chocolate, muito mais que feriado, viagem e descanso, a Páscoa revela que o poder da ressurreição foi encontrado Nele, Cristo. A Páscoa não é uma estória fantasiosa - é a realidade histórica na qual repousa toda a nossa esperança.

Ao apresentar o tema da ressurreição, da vitória da vida sobre a morte, o apóstolo Paulo de Tarso brilhantemente completa seu pensamento dizendo: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho nEle não é vão" (I Coríntios 15.58). A ressurreição de Cristo significa que nenhuma quantidade de sofrimento, nenhuma quantidade de dor, nenhuma quantidade de tristeza, nenhuma quantidade de perda, nenhuma quantidade de solidão, nenhuma quantidade de aparente desesperança pode ser definitiva, porque Cristo ressuscitou!

O teólogo R.C. Sproul concluiu em uma das suas obras: "Se não posso comer minha torta no céu, não quero comer aqui". O sentido disso é que, se tudo o que temos é uma experiência religiosa confinada e restrita a este mundo, como muitos inclusive pensam, então de todas as pessoas somos as mais dignas de pena. Afinal, estaríamos jogando nossa rápida vida em uma ilusão. Se Cristo não venceu a sepultura, nossa mensagem é inútil e a fé também. Inclusive essa foi a lógica de Paulo de Tarso: "Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos" (I Coríntios 15.32). Se Cristo não ressuscitou, sejamos hedonistas desenfreados e nem nos assustemos com essa geração de jovens que está fazendo tudo ao seu alcance para intoxicar seus sentidos e encontrar algum meio de escapar da realidade sombria deste mundo. Se não houver ressurreição, vamos comer, vamos beber, vamos nos divertir despreocupados até quando der, vamos festejar até ficarmos bêbados, até morrermos.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

60 anos atuando Soli Deo Gloria

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