DESAFOGAR UPAS

PAC será aberto definitivamente para retaguarda de internações

Serviço contará com 13 leitos de semi-UTI e receberá pacientes que aguardam transferência para hospitais do Estado

Por Tisa Moraes | 28/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Joabe Guaranha/Prefeitura de Bauru

Posto de Atendimento Covid (PAC) funcionou durante o período mais crítico da pandemia
Posto de Atendimento Covid (PAC) funcionou durante o período mais crítico da pandemia

O Posto Avançado Covid-19 (PAC), prédio anexo ao Pronto-Socorro Central (PSC) que atendeu pacientes infectados pelo novo coronavírus durante o período mais crítico da pandemia, será aberto de forma permanente. Agora, porém, ele irá funcionar como retaguarda para pessoas que estão nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou no PSC esperando pela liberação de vaga de internação em hospitais.

A medida ocorre após a rede de urgência e emergência de Bauru registrar sobrecarga, provocada pelo aumento de casos de dengue e doenças respiratórias. A prefeitura foi alvo de uma avalanche de reclamações, que envolviam desde demora para conseguir assistência médica até falta de insumos básicos, como esparadrapo e medicamentos comuns. E as queixas se multiplicaram após uma menina de 9 anos morrer com suspeita de dengue, no último dia 13, na UPA Bela Vista, enquanto aguardava vaga de internação hospitalar.

A abertura permanente do PAC foi revelada pela prefeita Suéllen Rosim ao Jornal da Cidade na noite desta segunda-feira (27). De acordo com ela, o serviço terá "porta-fechada" (onde o paciente só entra por encaminhamento) e contará com 13 leitos de Unidade de Terapia Semi-Intensiva (semi-UTI).

DOIS MESES

Eles terão capacidade para receber casos graves, inclusive aqueles que demandam internações, mas que não precisam de procedimentos mais complexos, como hemodiálise. Para reativar a unidade, a prefeitura abrirá licitação não emergencial a fim de contratar uma organização social (OS) ou empresa especializada na prestação de serviços de saúde.

O contrato de gestão terá duração de um ano e irá prever quantos profissionais, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, entre outros, deverão atuar na unidade. A previsão é de que, se tudo correr como esperado, o serviço seja reaberto em aproximadamente dois meses.

"Estamos na fase de formatação da equipe necessária e identificação de equipamentos, como respiradores e monitores, para fazermos as adequações, dentro do que for preciso. O PAC, que funcionará como um mini-hospital, será muito importante para reduzir este gargalo de pacientes aguardando internação e, assim, desafogar as UPAs", aponta, acrescentando que a manutenção destes leitos de retaguarda será incluída no orçamento do município enquanto ela for prefeita de Bauru. Tanto o nome do serviço quanto a delimitação da equipe completa deverão ser definidos na próxima semana.

OUTRAS MEDIDAS

Antes disso, possivelmente nos próximos dias, a prefeitura irá estender o funcionamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Ipiranga, que começará a funcionar das 7h às 23h. Assim, Bauru passará a contar com quatro UBSs abertas em horário ampliado: além desta, as do Bela Vista, Chapadão/Mendonça e Geisel.

Outra medida será abrir licitação emergencial, ainda nesta semana, para ampliar o número de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem nas UPAs. "Queremos que eles estejam trabalhando, no máximo, daqui a 15 ou 20 dias", completa Suéllen.

Todas estas ações, segundo ela, serão apresentadas em reunião, na tarde desta terça-feira, com o vice-prefeito Orlando Costa Dias, o secretário municipal interino de Saúde, Ezequiel Santos, e representantes do Conselho Municipal de Saúde e da Associação Paulista de Medicina (APM). Em entrevista ao programa Cidade 360º, nesta segunda-feira, Dias antecipou concordar com a transformação do PAC em retaguarda permanente para pacientes que aguardam vagas hospitalares. Acrescentou, ainda, que discorda da decretação de estado de emergência em Bauru, solicitada por 16 vereadores.

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