A agora universitária nasceu em Bauru e mora na zona oeste da cidade. Ela contou que atuava como conferente quando recebeu o diagnóstico de Espondilite Anquilosante - uma doença inflamatória autoimune que ataca a coluna vertebral e causa muitas dores. Por conta do problema, desde 2015 ela permaneceu em casa se tratando.

Em várias ocasiões, tentou retomar os estudos, mas foi interrompida pelos problemas de saúde e pela rotina envolvendo cirurgias e intervenções médicas constantes. Neste contexto, Fabiana lembra que passou muito tempo se sentindo incapaz de retomar quaisquer atividades. Mas o desejo de ser um modelo para seus filhos "virou uma chave" em sua cabeça, como ela mesmo descreve. "Eu não quero que meus filhos me vejam como uma 'coitadinha' e sim como um exemplo, um espelho".

No ano passado, quando teve uma melhora na doença, passou a se dedicar aos estudos diariamente. Mesmo tendo que equilibrar suas responsabilidades de mãe e de dona de casa, conseguiu, com disciplina, estudar todos os dias.

Ela destaca que recebeu apoio de seus três filhos - João Pedro de Oliveira, Ana Lívia Ribeiro e Anthony Martins - para realizar as tarefas de casa e manter a rotina de estudos. Fabiana também salienta a importância do seu marido, Sérgio Paulo Vioto Martins: "sem o apoio dele, eu também não conseguiria".

Incentivada, seguiu adiante e, quando leu seu nome da lista de aprovados, conta que foi só alegria e choro. "É possível, sim, passar e fazer parte desse grande sonho, que será inesquecível", garante.

VIRALIZOU

O vídeo de três estudantes que estavam matriculadas em biomedicina no Unisagrado de Bauru debochando de uma aluna de 44 anos do mesmo curso, por conta da idade, viralizou nas redes sociais. Nas imagens, as universitárias propõem que a mulher, colega de classe delas, cancele a matrícula do curso e ainda sugerem que ela deveria estar aposentada. "Ela tem 40 anos, já era para estar aposentada", disse uma delas.

A vítima, Patrícia Linares, que completou 45 anos na última terça-feira (14), disse em entrevista que entrar no ensino superior era a realização de sonho. Na oportunidade, admitiu tristeza profunda com a situação. Após os impactos negativos, as autoras da discriminação chegaram a dizer para as pessoas do convívio delas que estavam arrependidas. Posteriormente, desistiram do curso. A defesa de uma delas, inclusive, informou que as três receberam ameaças de morte e agressão, além de linchamento virtual, conforme o JC veiculou.