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CULTURA
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Bob Wolfenson conta em livro como é fotografar estrelas
Bob Wolfenson conta em livro como é fotografar estrelas
Obra é dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência
Obra é dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência
Folhapress

Anitta, Lula, João Cabral de Melo, Fernanda Torres, Fernando Henrique Cardoso, Pelé, Caetano Veloso, Gisele Bündchen e por aí vai. O panorama da cultura brasileira que Bob Wolfenson faz há 53 anos com suas lentes é o objeto de "Bob Wolfenson: o Livro Falado", lançado na última terça-feira (7) pelo Instituto Olga Kos, dedicado à inclusão social de pessoas com deficiência.
Com curadoria de Kiko e João Farkas, ambos editores dos livros de fotografia do instituto, a novidade da obra são as histórias de bastidores das imagens.
A seleção inclui figuras de peso do Brasil, paisagens urbanas e ensaios de moda. Os textos que as acompanham parecem trazer a voz de Wolfenson com as anedotas e curiosidades que precedem o momento em que as imagens foram feitas.
A princípio, a proposta de lançar mais um livro não o encantou, mas a ideia dos Farkas - amigos de infância do artista - de resgatar memórias tornou-se um convite tentador demais para ser recusado.
"O passado tem cheiro de éter", diz Wolfenson, de 69 anos. "Você fica pensando 'o que fazer com o futuro e o presente?'. Vou vivendo ao sabor dos acontecimentos. Estou quite com isso."
Uma das memórias de maior expressão está vinculada à ideia de que o retratado deve estar plenamente descontraído. O preconceito é rechaçado pelo retrato de João Cabral de Melo Neto.
Wolfenson escreve que um estava com medo do outro. João Cabral não queria ser fotografado e estava desconfortável diante da câmera. A produtora teve de convencê-lo a fazer o ensaio. Nasceu assim o icônico retrato do poeta.
Mas nem todas as lembranças são tão felizes assim. O livro traz um registro dos estragos feitos por uma inundação no estúdio do fotógrafo em há cerca de três anos. Outro episódio não muito feliz foi quando Wolfenson foi incumbido de fotografar o músico Lenny Kravitz para a revista GQ. O cantor, que já havia chegado demonstrando desconfiança, disse que o fundo branco escolhido pelo fotógrafo era entediante.
Wolfenson, por sua vez, acreditava que entendiante na verdade era o fundo grafitado que atraiu a atenção de Kravitz. Para completar, duas câmeras falharam, de modo que a foto teve de ser feita com uma terceira mais amadora. O resultado ficou insosso. "Os erros e fracassos os artistas não comentam, mas são assuntos importantes, assim como a espontaneidade do retratado", diz João Farkas.
O livro é lançado em paralelo a uma mostra de fotografias no Museu da Imagem e do Som, o MIS, em São Paulo, que permanece aberta à visitação gratuita até 16 de abril. A exposição traz oito imagens de Wolfenson, enquanto todas as outras são de beneficiários do Instituto Olga Kos, pessoas cegas ou quase cegas que participaram de uma oficina de fotografia do artista em parceria com a ONG.
"Tentei transmitir a eles o que as imagens tinham, como eram as composições, as cores, o que aparecia nas imagens", diz Wolfenson. "Fiquei muito comovido com um deles, que estava muito interessado mesmo sem poder enxergar. Ele imaginava as coisas."
BOB WOLFENSON: O LIVRO FALADO
Preço R$ 120. Autor Bob Wolfenson. Link: https://shop.bobwolfenson.com.br/products/book-o-livro-falado
Anitta, Lula, João Cabral de Melo, Fernanda Torres, Fernando Henrique Cardoso, Pelé, Caetano Veloso, Gisele Bündchen e por aí vai. O panorama da cultura brasileira que Bob Wolfenson faz há 53 anos com suas lentes é o objeto de "Bob Wolfenson: o Livro Falado", lançado na última terça-feira (7) pelo Instituto Olga Kos, dedicado à inclusão social de pessoas com deficiência.
Com curadoria de Kiko e João Farkas, ambos editores dos livros de fotografia do instituto, a novidade da obra são as histórias de bastidores das imagens.
A seleção inclui figuras de peso do Brasil, paisagens urbanas e ensaios de moda. Os textos que as acompanham parecem trazer a voz de Wolfenson com as anedotas e curiosidades que precedem o momento em que as imagens foram feitas.
A princípio, a proposta de lançar mais um livro não o encantou, mas a ideia dos Farkas - amigos de infância do artista - de resgatar memórias tornou-se um convite tentador demais para ser recusado.
"O passado tem cheiro de éter", diz Wolfenson, de 69 anos. "Você fica pensando 'o que fazer com o futuro e o presente?'. Vou vivendo ao sabor dos acontecimentos. Estou quite com isso."
Uma das memórias de maior expressão está vinculada à ideia de que o retratado deve estar plenamente descontraído. O preconceito é rechaçado pelo retrato de João Cabral de Melo Neto.
Wolfenson escreve que um estava com medo do outro. João Cabral não queria ser fotografado e estava desconfortável diante da câmera. A produtora teve de convencê-lo a fazer o ensaio. Nasceu assim o icônico retrato do poeta.
Mas nem todas as lembranças são tão felizes assim. O livro traz um registro dos estragos feitos por uma inundação no estúdio do fotógrafo em há cerca de três anos. Outro episódio não muito feliz foi quando Wolfenson foi incumbido de fotografar o músico Lenny Kravitz para a revista GQ. O cantor, que já havia chegado demonstrando desconfiança, disse que o fundo branco escolhido pelo fotógrafo era entediante.
Wolfenson, por sua vez, acreditava que entendiante na verdade era o fundo grafitado que atraiu a atenção de Kravitz. Para completar, duas câmeras falharam, de modo que a foto teve de ser feita com uma terceira mais amadora. O resultado ficou insosso. "Os erros e fracassos os artistas não comentam, mas são assuntos importantes, assim como a espontaneidade do retratado", diz João Farkas.
O livro é lançado em paralelo a uma mostra de fotografias no Museu da Imagem e do Som, o MIS, em São Paulo, que permanece aberta à visitação gratuita até 16 de abril. A exposição traz oito imagens de Wolfenson, enquanto todas as outras são de beneficiários do Instituto Olga Kos, pessoas cegas ou quase cegas que participaram de uma oficina de fotografia do artista em parceria com a ONG.
"Tentei transmitir a eles o que as imagens tinham, como eram as composições, as cores, o que aparecia nas imagens", diz Wolfenson. "Fiquei muito comovido com um deles, que estava muito interessado mesmo sem poder enxergar. Ele imaginava as coisas."
BOB WOLFENSON: O LIVRO FALADO
Preço R$ 120. Autor Bob Wolfenson. Link: https://shop.bobwolfenson.com.br/products/book-o-livro-falado
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#EDIÇÃO_446 - 21/03/2023

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