Um portal afiliado à rede

30 de março de 2023

POLÍTICA

POLÍTICA

Maioria do eleitorado, mulheres ainda são a minoria na política

Maioria do eleitorado, mulheres ainda são a minoria na política

Para especialista em eleição e deputada, ações afirmativas para mudar o cenário são boas, mas ainda insuficientes

Para especialista em eleição e deputada, ações afirmativas para mudar o cenário são boas, mas ainda insuficientes

08/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

da Redação

08/03/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Para o especialista Kleber Santos, ainda há muito a ser percorrido para mudar o cenário

Elas são maioria do eleitorado e também da população. Os números, porém, não refletem na representatividade. Mais de 90 anos depois de terem conquistado o direito ao voto, as mulheres ainda são minoria na política em todo o Brasil.

E as recentes ações afirmativas para transformar esse cenário não têm sido suficientes, defende o consultor em Ciência Política e Marketing Eleitoral, bauruense Kleber Santos.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente as mulheres representam 52,5% do eleitorado brasileiro, mas só 16% conquistaram uma das vagas nas últimas eleições municipais.

Kleber Santos, que também é analista do programa "Café com Política", parceria do Jornal da Cidade com a 96FM, vê o Brasil como "um dos países da América Latina com o menor empoderamento feminino na política partidária".

Segundo ele, existe uma sub representação da mulher tanto no Poder Executivo quanto no Poder Legislativo.

No caso das Câmaras Municipais, afirma o especialista, apenas 7.800 mulheres se elegeram para a vereança nas últimas eleições. Elas são uma fração de um universo de quase 60 mil parlamentares dos poderes legislativos locais. Em números percentuais, o equivalente a 13,5% do total.

Mais de 900 cidades brasileiras, sendo 101 somente Estado de São Paulo, não tem nenhuma mulher em suas respectivas Câmaras. Dos 5.568 municípios do país, apenas 658 prefeituras são comandadas por mulheres - ou seja, 11,8%.

No Congresso Nacional, por sua vez, 85% das cadeiras são ocupadas por homens. "Em representação feminina na política, perdemos até para o Afeganistão", critica Kleber.

AÇÕES AFIRMATIVAS

As recentes ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar mudar este cenário, como a cota de gênero - regra segundo a qual cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e máximo de 70% para candidatura de cada sexo -, embora tenham trazido importantes avanços, não são suficientes na avaliação de Kleber Santos.

"As mulheres enfrentam barreiras estruturais, culturais e sociais que dificultam sua participação na política. Uma coisa leva à outra: a estrutura e a distribuição do poder nos partidos ainda têm predominância masculina, e a falta de mulheres em cargos políticos desencoraja outras a se candidatarem", aponta.

A mesma opinião tem a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), ex-prefeita de São Paulo. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a mandatária defendeu que as cotas de gênero não se limitem à campanha. É preciso, disse Erundina, ir além: reservar um espaço para as mulheres no próprio Poder Legislativo.

"Antes, até para ser candidata era muito difícil. Depois que começou a ter o fundo eleitoral e as mulheres foram contempladas com essa política de cotas de financiamento é que os partidos começaram a se interessar", afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

EDUCAÇÃO

Kleber, que é especialista em campanhas eleitorais, avalia que o Brasil pode aperfeiçoar a representatividade feminina focando também mais na educação e na conscientização, adotando o exemplo de países que vêm conseguindo superar o problema.

"Vemos ótimos resultados com a realização de programas de treinamento destinados a capacitar às mulheres com conhecimentos e habilidades para construir carreiras políticas. Nos workshops, fóruns e palestras organizados pelos partidos e outras organizações, elas tiram dúvidas sobre a militância partidária, poderes de cada cargo e o que podem fazer pela comunidade", explica.

"Resolver 100% do problema é difícil a curto prazo, mas conhecermos o caminho e trilhar por ele já é um bom sinal. Isso fará toda a diferença no futuro", prossegue.

Elas são maioria do eleitorado e também da população. Os números, porém, não refletem na representatividade. Mais de 90 anos depois de terem conquistado o direito ao voto, as mulheres ainda são minoria na política em todo o Brasil.

E as recentes ações afirmativas para transformar esse cenário não têm sido suficientes, defende o consultor em Ciência Política e Marketing Eleitoral, bauruense Kleber Santos.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente as mulheres representam 52,5% do eleitorado brasileiro, mas só 16% conquistaram uma das vagas nas últimas eleições municipais.

Kleber Santos, que também é analista do programa "Café com Política", parceria do Jornal da Cidade com a 96FM, vê o Brasil como "um dos países da América Latina com o menor empoderamento feminino na política partidária".

Segundo ele, existe uma sub representação da mulher tanto no Poder Executivo quanto no Poder Legislativo.

No caso das Câmaras Municipais, afirma o especialista, apenas 7.800 mulheres se elegeram para a vereança nas últimas eleições. Elas são uma fração de um universo de quase 60 mil parlamentares dos poderes legislativos locais. Em números percentuais, o equivalente a 13,5% do total.

Mais de 900 cidades brasileiras, sendo 101 somente Estado de São Paulo, não tem nenhuma mulher em suas respectivas Câmaras. Dos 5.568 municípios do país, apenas 658 prefeituras são comandadas por mulheres - ou seja, 11,8%.

No Congresso Nacional, por sua vez, 85% das cadeiras são ocupadas por homens. "Em representação feminina na política, perdemos até para o Afeganistão", critica Kleber.

AÇÕES AFIRMATIVAS

As recentes ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar mudar este cenário, como a cota de gênero - regra segundo a qual cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e máximo de 70% para candidatura de cada sexo -, embora tenham trazido importantes avanços, não são suficientes na avaliação de Kleber Santos.

"As mulheres enfrentam barreiras estruturais, culturais e sociais que dificultam sua participação na política. Uma coisa leva à outra: a estrutura e a distribuição do poder nos partidos ainda têm predominância masculina, e a falta de mulheres em cargos políticos desencoraja outras a se candidatarem", aponta.

A mesma opinião tem a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), ex-prefeita de São Paulo. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a mandatária defendeu que as cotas de gênero não se limitem à campanha. É preciso, disse Erundina, ir além: reservar um espaço para as mulheres no próprio Poder Legislativo.

"Antes, até para ser candidata era muito difícil. Depois que começou a ter o fundo eleitoral e as mulheres foram contempladas com essa política de cotas de financiamento é que os partidos começaram a se interessar", afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

EDUCAÇÃO

Kleber, que é especialista em campanhas eleitorais, avalia que o Brasil pode aperfeiçoar a representatividade feminina focando também mais na educação e na conscientização, adotando o exemplo de países que vêm conseguindo superar o problema.

"Vemos ótimos resultados com a realização de programas de treinamento destinados a capacitar às mulheres com conhecimentos e habilidades para construir carreiras políticas. Nos workshops, fóruns e palestras organizados pelos partidos e outras organizações, elas tiram dúvidas sobre a militância partidária, poderes de cada cargo e o que podem fazer pela comunidade", explica.

"Resolver 100% do problema é difícil a curto prazo, mas conhecermos o caminho e trilhar por ele já é um bom sinal. Isso fará toda a diferença no futuro", prossegue.

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

Ainda não é assinante?

Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.