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Bancos apostam no negócio imobiliário de olho no cartório online

Por Folhapress |
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Tim Douglas/Pexels
É possível financiar a compra da casa por via digital, mas é preciso atenção a todos os detalhes
É possível financiar a compra da casa por via digital, mas é preciso atenção a todos os detalhes

Financiar um imóvel sem sair de casa e em menos de duas semanas é uma realidade que avança em bancos privados do Brasil. As instituições aumentam seus investimentos em trâmites 100% digitalizados para reduzir o tempo de negociação e a burocracia.

A celeridade do processo deve atingir todos os bancos com a unificação dos cartórios, prevista para ser concluída ainda neste semestre. Pelo Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp) será possível acessar de forma remota e eletrônica as informações dos cartórios brasileiros, além de fazer matrículas de imóveis, consultar dados de registros pessoais e cadastrar procurações.

Quem pega o crédito imobiliário pelo Bradesco no Estado de São Paulo pode assinar o contrato de financiamento, enviar documentos e transferir o imóvel para o seu nome de forma totalmente remota. Por meio de um aplicativo, as partes envolvidas assinam digitalmente e acompanham todo o processo.

Segundo José Ramos Rocha Neto, diretor-executivo do Bradesco, com a assinatura digital o banco prevê reduzir em até 65% o prazo médio - atualmente estimado em 28 dias na capital paulista - entre a assinatura do contrato, a realização do registro de transferência do imóvel no cartório e o pagamento ao vendedor.

A média nacional para bancos liberarem o financiamento de um imóvel é de 40 dias, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

O Santander afirma que, hoje, todo o processo em suas agências leva em média 12 dias, contados do envio da documentação até a emissão do contrato. Há três anos oferecendo a contratação do crédito imobiliário de forma digital, o banco afirma que, agora, está investindo e desenvolvendo ferramentas para digitalizar a assinatura e enviar o contrato aos cartórios.

Sem detalhar dados, o Itaú Unibanco afirma ter "avançado significativamente na digitalização dos produtos e serviços dentro do segmento imobiliário, desde a contratação de um financiamento, que vai da assinatura digital ao registro eletrônico, até o pós-venda".

Entre os bancos públicos, a Caixa oferece um aplicativo para contratar o financiamento habitacional, desde o cadastro até a aprovação. Segundo o banco, atualmente, 3 milhões de clientes acompanham e gerenciam seus contratos pelo aplicativo.

EXPERIÊNCIA DE COMPRADOR

O coordenador de engenharia de TI Aristides Messias Junior, 43 anos, assinou seu contrato imobiliário por aplicativo em dezembro do ano passado. Ele comprou uma casa na planta por quase R$ 2 milhões sem assinar um papel físico, correr atrás de documentação ou ir a um cartório.

"Após o time responsável pelo contrato me enviar a documentação, demorou mais a minha parte, que era ler todo o contrato. Depois que fiz essa conferência, a minha assinatura na plataforma foi coisa de segundos", disse.

Mas é preciso cuidado. O crescimento da contratação digital é limitado para além da cultura do documento em papel. A facilidade esbarra no medo de muitos em usar ferramentas eletrônicas para concluir a maior compra da vida.

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