Um portal afiliado à rede

31 de março de 2023

TURMA DA MÔNICA

TURMA DA MÔNICA

Mônica completa 6 décadas com o comportamento e a aparência modificados

Mônica completa 6 décadas com o comportamento e a aparência modificados

A líder da turma mais famosa do Brasil, a Turma da Mônica, é modificada após 60 anos

A líder da turma mais famosa do Brasil, a Turma da Mônica, é modificada após 60 anos

Por Folhapress | 05/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Por Folhapress


05/03/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Mônica (foto ampliada no final; veja também Maurício de Sousa e a Turma da Mônica)

Em 3 de março de 1963, um Cebolinha meio mal-educado tentava se equilibrar na sarjeta quando encontrou pela frente uma menina com seu bichinho de pelúcia favorito. Mandou-a sair dali e, como resposta à falta de jeito, ganhou uma coelhada na cabeça.

Foi assim que Mônica, nascida literalmente em Bauru, líder da turma mais famosa do Brasil, foi apresentada aos leitores, em sua primeira tirinha que, na sexta (3/3), completou 60 anos de existência. Muita coisa mudou de lá para cá. Por exemplo: sua aparência ficou mais redonda, para ser animada com mais facilidade pelos computadores, e ela hoje em dia já não bate em mais ninguém.

Sinal dos tempos, conta Mauricio de Sousa, o pai da Mônica dos quadrinhos e da Mônica da vida real. Inspirado nos trejeitos e no rostinho de sua filha, que na época tinha quase três anos de idade, ele desenhou a menina que lhe daria fama e que faria tantas gerações de leitores felizes.

Em uma entrevista, ele fala sobre como o processo de entender melhor o que é ofensivo, com a ajuda do "politicamente correto", ajustou o comportamento da Mônica, diz por que acha que ela teve uma vida tão longa, e adianta o que a personagem pode sonhar e correr atrás de ser quando crescer.

PALAVRA DO PAI DA MÔNICA

Pergunta - Como foi para você o nascimento da sua filha Mônica? E como você escolheu o nome dela?

Mauricio de Sousa - Mônica foi minha segunda filha. Eu já tinha a Mariângela. Era um momento em minha vida de muita luta para conseguir viver como desenhista. O nascimento de um filho é mágico, e sabia que ela me daria forças para continuar a lutar pelos meus sonhos. Mais tarde vi que ela sempre participou de meus sonhos. O nome Mônica foi em homenagem à atriz italiana da época, Monica Vitti. Eu adoro o cinema italiano dos anos 1960.

P - Ela tinha dois anos e meio quando você se inspirou nela para criar sua primeira personagem menina. Por que desenhar sua filha e não outra menina aleatória?

MS - Meus amigos da redação do jornal me perguntaram por que não havia meninas nas historinhas do Cebolinha. E eu também me perguntei isso. Como desenhava em casa, minhas filhinhas brincavam ao lado. Olhei para elas e logo me inspirei no jeitinho delas. A Magali comendo uma melancia enorme, a Mariângela boazinha brincando em outro canto, e a Mônica, com um coelhão que eu dei para ela correndo de um canto para outro. Então, não criei nada. Estava tudo lá ao meu lado. Surgiram então a Magali, a Maria Cebolinha e a Mônica.

P - Por que os dentes da Mônica são grandões?

MS - Quase toda criança tem os dentes da frente maiores. Minha filha tinha também, digamos, mais do que o normal. Destaquei no desenho. Depois as crianças crescem e isso fica em segundo plano.

P - Por que você achou legal dar um coelho de pelúcia para a Mônica dos quadrinhos?

MS - Como disse, eu tinha dado de presente para a Mônica um coelhão de palha amarelo, já naquele momento dos três aninhos. Então, só incorporei à personagem com ele um pouco menor. A cor azul foi para contrastar melhor com o vestido vermelho.

P - A Mônica de verdade também só usava roupas vermelhas? Por que você escolheu dar só vestidinhos iguais para a Mônica dos quadrinhos?

MS - Minha filha sempre gostou de roupas vermelhas. Aí apliquei na personagem. Personagem de quadrinhos sempre fica com a mesma roupa para ser identificado.

P - E de onde vem a força da Mônica?

MS - Aí juntou o jeitinho dela de personalidade forte, liderança natural e força mental para que passasse isso nas historinhas. Funcionou muito bem.

P - Você acha que hoje em dia a relação da Mônica com os amigos meninos é diferente?

MS - A sociedade vai evoluindo e a discussão de como vivemos também vai. Hoje temos o politicamente correto que nos diz o que é uma ofensa e que antes passava batido. Estamos atentos a isso, e por esta razão nas historinhas da turminha clássica a Mônica apenas roda o coelhinho, mas não mais aparece batendo nos meninos.

Em 3 de março de 1963, um Cebolinha meio mal-educado tentava se equilibrar na sarjeta quando encontrou pela frente uma menina com seu bichinho de pelúcia favorito. Mandou-a sair dali e, como resposta à falta de jeito, ganhou uma coelhada na cabeça.

Foi assim que Mônica, nascida literalmente em Bauru, líder da turma mais famosa do Brasil, foi apresentada aos leitores, em sua primeira tirinha que, na sexta (3/3), completou 60 anos de existência. Muita coisa mudou de lá para cá. Por exemplo: sua aparência ficou mais redonda, para ser animada com mais facilidade pelos computadores, e ela hoje em dia já não bate em mais ninguém.

Sinal dos tempos, conta Mauricio de Sousa, o pai da Mônica dos quadrinhos e da Mônica da vida real. Inspirado nos trejeitos e no rostinho de sua filha, que na época tinha quase três anos de idade, ele desenhou a menina que lhe daria fama e que faria tantas gerações de leitores felizes.

Em uma entrevista, ele fala sobre como o processo de entender melhor o que é ofensivo, com a ajuda do "politicamente correto", ajustou o comportamento da Mônica, diz por que acha que ela teve uma vida tão longa, e adianta o que a personagem pode sonhar e correr atrás de ser quando crescer.

PALAVRA DO PAI DA MÔNICA

Pergunta - Como foi para você o nascimento da sua filha Mônica? E como você escolheu o nome dela?

Mauricio de Sousa - Mônica foi minha segunda filha. Eu já tinha a Mariângela. Era um momento em minha vida de muita luta para conseguir viver como desenhista. O nascimento de um filho é mágico, e sabia que ela me daria forças para continuar a lutar pelos meus sonhos. Mais tarde vi que ela sempre participou de meus sonhos. O nome Mônica foi em homenagem à atriz italiana da época, Monica Vitti. Eu adoro o cinema italiano dos anos 1960.

P - Ela tinha dois anos e meio quando você se inspirou nela para criar sua primeira personagem menina. Por que desenhar sua filha e não outra menina aleatória?

MS - Meus amigos da redação do jornal me perguntaram por que não havia meninas nas historinhas do Cebolinha. E eu também me perguntei isso. Como desenhava em casa, minhas filhinhas brincavam ao lado. Olhei para elas e logo me inspirei no jeitinho delas. A Magali comendo uma melancia enorme, a Mariângela boazinha brincando em outro canto, e a Mônica, com um coelhão que eu dei para ela correndo de um canto para outro. Então, não criei nada. Estava tudo lá ao meu lado. Surgiram então a Magali, a Maria Cebolinha e a Mônica.

P - Por que os dentes da Mônica são grandões?

MS - Quase toda criança tem os dentes da frente maiores. Minha filha tinha também, digamos, mais do que o normal. Destaquei no desenho. Depois as crianças crescem e isso fica em segundo plano.

P - Por que você achou legal dar um coelho de pelúcia para a Mônica dos quadrinhos?

MS - Como disse, eu tinha dado de presente para a Mônica um coelhão de palha amarelo, já naquele momento dos três aninhos. Então, só incorporei à personagem com ele um pouco menor. A cor azul foi para contrastar melhor com o vestido vermelho.

P - A Mônica de verdade também só usava roupas vermelhas? Por que você escolheu dar só vestidinhos iguais para a Mônica dos quadrinhos?

MS - Minha filha sempre gostou de roupas vermelhas. Aí apliquei na personagem. Personagem de quadrinhos sempre fica com a mesma roupa para ser identificado.

P - E de onde vem a força da Mônica?

MS - Aí juntou o jeitinho dela de personalidade forte, liderança natural e força mental para que passasse isso nas historinhas. Funcionou muito bem.

P - Você acha que hoje em dia a relação da Mônica com os amigos meninos é diferente?

MS - A sociedade vai evoluindo e a discussão de como vivemos também vai. Hoje temos o politicamente correto que nos diz o que é uma ofensa e que antes passava batido. Estamos atentos a isso, e por esta razão nas historinhas da turminha clássica a Mônica apenas roda o coelhinho, mas não mais aparece batendo nos meninos.

Mônica
Maurício de Sousa e a Turma da Mônica (crédito: Folhapress)

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

Ainda não é assinante?

Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.