BAURU

Entrevista da Semana: Paulo José Graça Lima Aiello

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 5 min
Valcir Alves Benício/Divulgação
Paulo José Graça Lima Aiello
Paulo José Graça Lima Aiello

É o legado deixado pelo avô, José Vicente Aiello, um dos fios condutores da vida do empresário Paulo José Graça Lima Aiello, 51 anos. Vice-presidente do Rotary Club de Bauru e da Legião Mirim de Bauru, ele aprendeu com o patriarca a ser uma pessoa acessível e disponível, com olhar humanizado voltado ao próximo. "Meu avô morreu quando eu tinha 8, 9 anos, mas aprendi que deveria seguir seus passos. É um grande exemplo para mim", descreve ele, que também é conselheiro do Bauru Tênis Clube.

Formado em direito pela Instituição Toledo de Ensino (ITE), Paulo é proprietário da PJ Imóveis e atua no ramo imobiliário desde os 12 anos, por influência de seus antepassados, já que tanto sua família paterna quanto materna, Aiello e Martha, possuem forte tradição neste segmento. E agora, além de cuidar dos negócios e dos projetos sociais e assistenciais, ele assume um novo desafio, como presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib), cargo do qual tomou posse no último dia 27 de janeiro.

Nascido em Bauru, Paulo é filho do advogado e dono de construtora Murilo Aiello, com quem trabalha até hoje em seu escritório, e da professora aposentada Zuleika. Casado com a servidora pública Cibele, teve uma única filha, Laísa, 5 anos. Nesta entrevista, o empresário relembra o passado dos Aiello, que dão nome a algumas vias importantes da cidade, o aprendizado que teve com o avô, a relação afetuosa com a família e a dedicação para encaminhar ao primeiro emprego milhares de adolescentes que passam pela Legião Mirim. Leia, abaixo, os principais trechos.

JC - A família Aiello é tradicional em Bauru, sendo que alguns membros deram nome até a vias da cidade. Qual seu grau de parentesco com eles?

Paulo - O início dos Aiello em Bauru foi na rede ferroviária. O José Vicente Aiello, que dá nome à avenida dos Tivolis, é meu avô. Era uma pessoa diferenciada: vendia seguros, era contador e, depois, se tornou vereador. Dizem que também foi prefeito de Bauru por quatro meses, em 1964. E ele casou com a Célia Martha, de outra família conhecida na cidade. Já a rua José Aiello, que liga a Duque de Caxias ao viaduto Antônio Eufrásio de Toledo, leva o nome do meu bisavô, que era coronel. O Affonso José Aiello, que dá nome à avenida dos Villaggios, é um primo de segundo grau.

JC - A história da família Aiello no ramo imobiliário começou com quem?

Paulo - Com meus bisavôs, dos dois lados, tanto dos Martha, quanto dos Aiello. Hoje, todos os meus primos, assim como eu, são formados em direito e trabalham no ramo, com empresas próprias. Comecei neste segmento em 1982, aos 12 anos. Dei um tempo em 1988, quando fui trabalhar em banco e com carros. No final de 1993, voltei. No começo, a imobiliária era na casa do meu avô, na Virgílio Malta.

JC - E o que mais te motiva neste trabalho?

Paulo - Sou uma pessoa realizada. Sempre fizemos loteamentos, mas, depois que houve a dissolução da sociedade da família, em 1999, acabei me especializando na compra, venda e locação de imóveis comerciais, quando passei a entender um pouco mais sobre as necessidades e anseios dos empresários. E deu muito certo, porque salões comerciais possuem muitas particularidades, seja em relação à fiação, hidráulica, acessibilidade. Aprendi muito e foi então que passei a fazer parte do conselho e da diretoria da Acib, em 2010, com o objetivo de ajudar estes comerciantes.

JC - Foi também com essa intenção de ajudar que passou a atuar na Legião Mirim?

Paulo - Sim. Por meio do Rotary. Meu pai atuava na Legião Mirim há muito tempo e surgiu a oportunidade de eu ingressar e começar a ajudar a dar o primeiro emprego a jovens. Hoje, ele é presidente da entidade e eu, vice. Essa disposição é algo que veio do meu avô José Vicente. Sempre que ele via uma pessoa chegar na cidade, como imigrantes, por exemplo, precisando trabalhar, pegava na mão e pedia para alguém empregá-la ou, então, era fiador para que ela abrisse o próprio negócio. Quando foi vereador, ele ficava duas horas por dia sentado em um banco na praça, na Virgílio, para atender a pedidos. Ele morreu quando eu tinha 8, 9 anos, mas aprendi com ele e meus tios-avós que eu deveria seguir seus passos. É um grande exemplo para mim.

JC - Imagino que seja árdua a tarefa de direcionar tantos jovens para o trabalho.

Paulo - As segundas-feiras são sempre tristes, porque muitos chegam sem ter se alimentado no sábado e domingo. Por isso, geralmente, não damos mais aulas pela manhã neste dia. Primeiro, damos o café-da-manhã e o almoço, para que eles tenham condições de aprender durante as aulas. A carência é grande, muitos adolescentes têm problemas familiares. Quase sempre, temos que começar do básico, ajudar com roupa, sapato, alimentação, ensino de português, matemática, para, só depois, dar alguma capacitação para o mercado de trabalho. Depois de dois anos de pandemia, houve uma defasagem grande no aprendizado. Estamos em um momento difícil.

JC - Além do trabalho e da dedicação a projetos como a Legião Mirim, o que mais gosta de fazer?

Paulo - Eu tomo café todos os dias às 8h15 ou 8h30, na Galeria 21 Center, menos no domingo, quando tomo às 11h. E ainda vou de novo, por volta das 14h30. É mais um legado do meu avô: ser acessível. Então, vou ao mesmo lugar, no mesmo horário, para que as pessoas possam me encontrar, sempre que quiserem. É algo rápido, não dá para ficar muito tempo, mas estou lá. E meu pai vai comigo. Além disso, às segundas, vou ao Rotary; às terças, tenho meu truco; e, agora, estou pegando gosto em ir ao Golf Club, de domingo, mas não sempre, para tomar uma cerveja e conversar com os amigos. Também já viajei muito pelo Brasil, com a família.

O que diz o empresário

"Me especializei na compra, venda e locação de imóveis comerciais. Aprendi muito e passei a fazer parte da Acib para ajudar estes comerciantes"

"Meu avô morreu quando eu tinha 8, 9 anos, mas aprendi que deveria seguir seus passos. É um grande exemplo para mim"

"A carência é grande, muitos adolescentes têm problemas familiares. Quase sempre, temos que começar do básico, ajudar com roupa, sapato, alimentação"

Registro da família de Paulo José Graça Lima Aiello reunida
Registro da família de Paulo José Graça Lima Aiello reunida
PJ Aiello é o atual vice-presidente do Rotary Club
PJ Aiello é o atual vice-presidente do Rotary Club
PJ Aiello, como é chamado, com a filha Laísa e a esposa Cibele
PJ Aiello, como é chamado, com a filha Laísa e a esposa Cibele
Às terças, ele se encontra com o grupo de amigos do truco
Às terças, ele se encontra com o grupo de amigos do truco

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