GANHA FORÇA

Protagonismo de PSDB e Cidadania em Bauru aumenta com federação

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Laylla Paes
O presidente da comissão municipal da federação PSDB-Cidadania, Arnaldo Ribeiro (à direita), ao lado do vice-dirigente Caio Coube, nesta segunda (23)
O presidente da comissão municipal da federação PSDB-Cidadania, Arnaldo Ribeiro (à direita), ao lado do vice-dirigente Caio Coube, nesta segunda (23)

A federação partidária que reúne PSDB e Cidadania, criada no ano passado e válida no Brasil inteiro por no mínimo quatro anos, aumenta o protagonismo das legendas em todo o território nacional e amplia, já de imediato, seu poder sobre a Câmara de Bauru.

A federação, na prática, transforma as siglas em um só grupo e faz com que os dois partidos caminhem juntos pelo período em que for válida - até 2026.

Isso significa, por exemplo, que deputados tucanos não podem votar de maneira distinta daqueles filiados ao Cidadania em temas sobre os quais a federação "fechar questão" - quando há um posicionamento previamente combinado.

Como são tratados como um único partido, a federação ganha também um maior espaço em comissões permanentes do Congresso e mesmo das Câmaras Municipais, formadas por critérios de proporcionalidade.

Em Bauru, tanto o PSDB como o Cidadania têm um único vereador - Markinho Souza e Beto Móveis, respectivamente - e tinham, portanto, "peso 1" na formação das comissões. Agora, unidos, a federação ganha "peso 2" e deve ampliar a presença nos grupos temáticos.

No aspecto municipal, o presidente do Cidadania Arnaldinho Ribeiro tornou-se líder da federação. E Caio Coube, dirigente do PSDB, vice-líder. Na Câmara, por sua vez, o cenário é inverso: Markinho Souza (PSDB) na liderança e Beto Móveis (Cidadania), na vice.

Como a decisão pela federação foi tomada a nível nacional, cabe aos diretórios ou comissões provisórias municipais se adequar à medida. Em Bauru não foi difícil, diz Arnaldo. "Caio [Coube] e eu sempre tivemos um bom relacionamento. Bastou um telefonema para ajustar os detalhes", aponta.

ELEIÇÕES

A disputa municipal já está no radar da dupla. "A federação não altera o fundo partidário, eleitoral ou o número da urna. Mas ajuda a obter resultados mais relevantes", diz Arnaldo.

Os dois admitem, inclusive, a possibilidade de apoiar um nome alternativo à prefeita Suéllen Rosim (PSC) nas eleições de 2024 em Bauru.

Um eventual apoio ou composição de chapa com a mandatária não está descartado, mas Caio defende que a federação "marque desde já uma posição e ofereça ao eleitor uma alternativa".

"A ideia inicial é pensar em um plano de governo com uma proposta diferente. Focado não apenas em discutir os problemas da cidade, mas resolvê-los", defende Coube

Ele cita, por exemplo, a revitalização do centro da cidade e do prédio da antiga Estação Ferroviária - assuntos sobre os quais os políticos tanto falam, mas obra que até hoje não saiu do papel.

ALTERNATIVA

A federação é vista como uma alternativa aos partidos que não atingem a cláusula de barreira, lei que vigora desde 2018 e que condiciona o acesso dos partidos aos recursos públicos - como os fundos partidário ou eleitoral - à obrigação de obter no mínimo 1,5% dos votos válidos ou eleger ao menos nove deputados.

A medida veio para reduzir a fragmentação partidária no Brasil. Sem acesso a recursos públicos, as legendas que não atingem a cláusula de barreira tendem a se fundir com outros partidos ou se unir em federação - como ocorreu com PSDB e Cidadania. "A federação é subproduto da cláusula de barreira", resume Coube.

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