Bauru conta, agora, com uma lei que reconhece o cordão de girassol - um acessório composto por uma faixa estreita verde e estampada com figuras de girassóis - como meio de identificação de pessoas com deficiências e doenças ocultas. Aprovada no final de novembro e publicada no Diário Oficial do Município na última terça-feira (20), a norma visa também disseminar, de maneira geral, a função do item entre o público.
O cordão de girassol foi criado em 2016 por funcionários de um aeroporto em Londres para facilitar a identificação de indivíduos com deficiências que não são perceptíveis fisicamente, ou seja, ocultas. Entre elas, estão o autismo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a demência e a doença de Crohn.
Com isso, pessoas com tais condições passam a utilizar o item para sinalizar o direito à preferência de atendimento e ao suporte diferenciado. Entre os benefícios, por exemplo, estão a não necessidade de esperar por filas e auxílio na locomoção.
Os autores da lei em Bauru são os vereadores Pastor Edson Miguel (Republicanos), José Roberto Segalla (União Brasil) e Pastor Bira (Podemos). No texto, está definido que estabelecimentos públicos e privados devem orientar seus funcionários a identificarem os indivíduos com doenças e deficiências ocultas. No entanto, não atribui a responsabilidade na distribuição do cordão.
Em uma pesquisa rápida na Internet, é possível encontrar o item por uma média de R$ 15,00 a R$ 20,00. Este valor se refere apenas ao cordão, uma vez que, com o crachá, ficaria mais caro.
AUTORES
Ainda pela nova lei municipal, cabe à Prefeitura de Bauru a realização de campanhas de divulgação, o que é bastante defendido pelo vereador Roberto Segalla. O parlamentar, inclusive, cita como exemplo a Carteirinha de Identificação do Autismo (CIA), que, apesar de instituída na gestão passada, não tem seus benefícios conhecidos até hoje por muitas famílias. "Diante disso, solicitamos à Secretaria de Bem-Estar Social (Sebes) que propagasse as devidas informações", pondera.
Já o Pastor Bira adianta que estão sendo feitas parcerias com instituições para ampliar o acesso ao benefício. "É uma prática simples, mas que faz toda diferença na vida das pessoas que precisam ser identificadas".
Outro autor da lei, o Pastor Edson Miguel destaca a importância da iniciativa como forma de beneficiar indivíduos com deficiências invisíveis. "Trata-se de um instrumento de relevante inclusão social e conscientização da população, para que, espontaneamente, sejam adotados comportamentos mais acolhedores e empáticos, promovendo a dignidade a essas pessoas com deficiências e a seus familiares".
DIVULGAÇÃO
Fundadora da rede de apoio Somos Um, Renata Ferreguti, mãe de Thomaz de Lima Ferreguti, de 5 anos, que é autista, também reforça a importância da divulgação desses direitos e da disseminação de informações sobre o que são as deficiências ocultas. "É mais uma forma de quebrar barreiras, de trazer representatividade e de gerar conhecimento positivo para as pessoas que não sabem o que significa ter uma doença oculta", diz.
Ferreguti faz parte da diretoria do Lions Clube Bauru Autismo e mantém, nas redes sociais, o ativismo pelos direitos de autistas e pessoas com outras doenças ocultas, por meio das páginas http://facebook.com/SomosUmAzul e instagram.com/somosumazul.