Natal vegano: você sabe o que é?

24/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

O veganismo muitas vezes pode ser encarado como uma chatice, um tabu, ou algo politicamente correto.

Mas não é, se trata de um movimento político, que não busca chatear, nem criar um tabu e muito menos ser politicamente correto. O que se propõe é a mudança da sociedade a fim de incluir os animais na esfera de preocupação moral humana. Alertando os seres humanos que matar e explorar animais é um opção e não uma necessidade. Que é totalmente possível, deixar de utilizar animais para qualquer finalidade humana, pois os animais, assim como nós, não são instrumentos, mas sim, fins em si mesmos.

Nessa época do ano, em que se fala de carinho, amor, respeito e perdão, bilhões de animais são mortos para consumo, e outros bilhões deles sofrem sem serem abatidos para extração de seus derivados, leite, ovos, etc, e sem que seja necessário, pois hoje uma série de produtos, que não tem nada de animais na composição, são capazes de substituir os de origem animal e ainda, serem nutritivos e bem melhores a saúde humana.

Tabu é acreditar na falácia que o leite por ex faz bem a saúde, que não há substituto vegano para carne animal e assim vai.

Será o Natal a pior época aos animais? Sem dúvida sim, é a pior.

Para os perus, símbolo de fartura em muitas mesas brasileiras, é a tortura que começa meses antes de ser morto.

Segundo dados do Perita vegana.com, "no Brasil, mais de 8 milhões de perus são mortos para a celebração do Natal. Desse total, aproximadamente 90% são comercializados pela BRF, segundo a própria empresa. São milhões de vidas ceifadas para saciar o “paladar natalino". Geralmente, a ave, que viveria naturalmente pelo menos 10 anos, é morta com pouco mais de 2 meses e peso que varia de 3 a 6 quilos, considerado o ideal para o Natal. As fêmeas são as preferidas porque não crescem tanto quanto os machos, assim tendo maior aceitação comercial nessa época do ano. Quando atingem o peso almejado pela indústria, os perus são deixados em jejum, para favorecer o esvaziamento gástrico (assista ao documentário ATAVE). Ou seja, tudo em prol da carne, e nada em benefício do animal, mesmo que ele esteja próximo de seu fim.

No matadouro, o abate é feito introduzindo uma faca de 2 gumes pela garganta do animal, cortando assim as artérias e as veias do pescoço enquanto ele se debate de cabeça para baixo com os pés presos por grilhões.

Mais tarde, o peru é depenado em água bem quente, limpo, embalado e comercializado como qualquer produto jamais dotado de vida. Em pouco tempo, ele é comprado e servido no dia em que é celebrado o nascimento do menino Jesus."

Inúmeros outros animais como os suínos, em sua maioria filhotes ainda, também tem nesta data o seu triste fim, marcados para morrer desde o dia em que um humano decidiu procriar sua mãe para tirar-lhes os bebês que serão servidos no Natal.

Natal vegano, é possível, experiente as opções.

Faça o bem para seu próximo, seja ele humano, ou não humano.

Thais Viotto  (OABSP 356.564)

Presidente da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB Bauru e do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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