Chamada de Deus e resposta de Maria

Por Dom Caetano Ferrari | 18/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Bispo Emérito de Bauru

Neste quarto domingo do Advento sobressai a figura de Maria. No Evangelho da Santa Missa - Mt 1,18-24 - São Mateus fala a respeito da origem de Jesus Cristo, recolhendo da tradição e da crença geral dos fiéis das primeiras comunidades o que ele passa a narrar. Desse relato ficamos sabendo que Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José. Que o Anjo disse em sonho a José, filho de Davi, para não ter medo de receber Maria como a sua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo, e que ele deveria dar à criança o nome de Jesus que significa Salvador. Segundo São Mateus, tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco" (cf. 1ª leit.,Is 7,10-14). E que, depois disso tudo, José recebeu Maria como sua esposa e se tornou pai adotivo de Jesus, garantindo-lhe a descendência de Davi. Portanto, o Evangelho põe em evidência a "chamada de Deus" e a "resposta de Maria". Maria é o terceiro nome importante, com o de Isaías e de João Batista, focalizado com destaque neste tempo de espera da vinda do Senhor.

Para realizar seu plano de amor para com a humanidade, Deus sempre contou com a colaboração de homens e mulheres. Poderia fazer tudo sem os humanos, no entanto, a história está repleta de como Deus sempre agiu sem impor e contou com pessoas, misturando sua história da salvação com a história humana.

A Liturgia de hoje nos convida a declarar nosso amor à Virgem, chamando-a de Maria Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe, Morada do Senhor, Templo vivo de Deus, porta pela qual o Filho de Deus entrou no mundo. Maria nos ensina a dizer "sim" à vontade de Deus que, através de nossas vidas com nossas alegrias e tristezas, deseja se encontrar com as pessoas ao nosso redor. Certamente, diferentemente de Maria, a sem pecado, nós, que somos pecadores, haveremos de reagir como ela e com muito mais razão: Como será possível isso? Pois, saibamos que Deus, que tudo pode, deseja contar conosco, apesar de nossa miséria, para celebrar um maravilhoso Natal com a nossa família e a dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos pequenos e necessitados.

No próximo domingo será Natal. O Menino Jesus é Deus-conosco. São Francisco dizia que o Natal é a festa das festas. Reconhecendo que a Páscoa é a mais importante das festas, porque nela contemplamos o amor de Deus que deu a vida por nós, no entanto, ele dizia que se Jesus não tivesse nascido não teria acontecido a sua morte e ressurreição. Três mistérios de Cristo são particularmente caros à espiritualidade franciscana: Encarnação, Paixão e Eucaristia. Tudo fala do amor de Deus, de sua presença e do seu presente à humanidade, a salvação. A Eucaristia é presença, presente e amor palpável do Deus encarnado, morto e ressuscitado, e vivo entre nós.

A essência do Natal é o amor. Hoje, quarto domingo do Advento, acende-se na coroa do Advento a última vela, a qual simboliza o amor. Por amor Jesus continua nascendo de Maria.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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