A mão de Deus

Por Por Carlos Brunelli | 11/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

O livro de Ester narra os acontecimentos na vida de uma judia que se tornou rainha da Pérsia, o grande império da época, ao ser desposada pelo rei Assuero, mais conhecido como Xerxes - seu nome em grego - que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, aproximadamente entre os anos de 486 e 465 a.C., desde a Índia até a Etiópia.

Ester era órfã de pai e mãe, tendo sido criada por Mordecai, seu primo, que a adotou como filha. Curiosamente, dos 66 livros da Bíblia o de Ester é o único em que o nome de Deus não aparece em nenhum de seus 10 capítulos e 167 versículos. Mas o Todo-Poderoso está em tempo integral a conduzir a vida dessa importante mulher, em toda a narrativa. Logo no primeiro capítulo, lá está a intervenção divina ao provocar a rebeldia da rainha Vasti contra uma ordem do rei Assuero. Isso determinou sua deposição do posto de preferida do rei e a busca por uma nova rainha, que viria a ser Ester. Exilada e judia, Ester estava, naquela época da história antiga, na cidadela de Susã, vez que havia sido deportada da Judeia junto a milhares de outros conterrâneos, por ordem de Nabucodonosor, rei da Babilônia, quando este conquistou o reino de Judá. A Babilônia, por sua vez, havia sido invadida e dominada pelos persas, dando início a um novo ciclo imperial na região médio-oriental do mundo. Nesse cenário é que se encaixa o rei Xerxes, pois seu palácio ficava exatamente em Susã, cidade alçada à condição de capital do império persa. Mais uma vez a mão de Deus se faz presente, entrelaçando os caminhos de personagens que, a princípio, seria inimaginável virem a se encontrar.

A narrativa prossegue, com Mordecai revelando a Ester, e esta ao rei, um plano engendrado por descontentes para assassiná-lo. Escapando do golpe, Xerxes, o rei, eleva um Agagita de nome Hamã ao mais alto posto de oficial do exército persa e a quem todo o povo deveria render homenagens. No entanto, Mordecai, o primo de Ester, não se inclinava nem se prostrava diante dele, por reconhecer somente em Deus o único digno de reverências e adoração. Dessa forma, Hamã, ferido em seu orgulho, comanda uma tentativa de eliminação de todos os judeus. Assustada em virtude da decisão de Hamã, Ester abandona o seu segredo e revela a sua identidade judia ao rei Assuero, identidade esta até então escondida, e assim coloca-se como uma provável vítima, passível de morte, caso o plano de Hamã seja levado a cabo.

A santa intervenção de Deus havia, momentos antes, relembrado ao rei Assuero a sua falta em não agraciar devidamente Mordecai pela revelação do plano de assassinato. Dessa forma, em tempo, o rei o distinguiu com todas as honras, fazendo-o intocável. Quando em um jantar a rainha Ester revelou o plano diabólico de Hamã, o rei se enfureceu, sentenciou à morte o perverso oficial e elevou Mordecai à posição de administrador em lugar de Hamã. Mais ainda, decretou que todas as honras que fossem estabelecidas e determinadas por Mordecai em favor do seu povo - os judeus - se cumprisse. "Assim, o judeu Mordecai foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus" (Ester 10.3).

Eu lhe convido a conhecer os demais ricos detalhes dessa bela história, lendo o livro de Ester, mas o que se destaca é a imprescindível condução do Senhor em todas as particularidades do evento. Foi assim cinco séculos antes de Cristo, é assim hoje e assim será até a consumação dos tempos. A poderosa e soberana mão de Deus rege todos os enredos, o de Ester, o meu, o seu, o de todos nós numa intrigante rede de fatos e acontecimentos que somente a Ele é dado conhecer antecipadamente. Por isso, não se aflija seu coração. O inigualável Criador de todas as coisas é quem alça e retira governantes; é quem move mentes segundo seus propósitos, pois tudo está escrito desde o início e assim se cumprirá. Não se desespere ante situações sobre as quais o controle está fora de seu alcance. Antes, subordine-se à vontade de Deus e ore para que os teus desejos estejam ao encontro dos dEle.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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