A Copa do Mundo é, realmente, um universo esportivo à parte. Durante os jogos da Seleção Brasileira, até os treinadores que não são do futebol e suas equipes de alto rendimento de Bauru vivenciam o clima do Mundial. Prestes de o País iniciar o mata-mata de oitavas de final contra a Coreia do Sul, nesta segunda-feira (16h), em busca do Hexa, o JC conversou com os comandantes do Bauru Basket, do Sesi Vôlei Bauru e do pólo aquático da Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA). Eles normalmente assistem às partidas mais com seus companheiros de trabalho do que com a família, devido às viagens de competições que estão em andamento.
BOLÃO NO BASKET
Em Buenos Aires, na Argentina, enquanto o Bauru Basket se concentra e joga pela Liga Sul-Americana, o técnico do time, o santista Guerrinha, tem acompanhado as partidas da Seleção com sua comissão técnica e jogadores no hotel. Até rola bolão entre o elenco, para saber quem acerta os placares. E nessa Copa maluca, com as zebras à solta, tem sido muito difícil para eles gravarem os resultados também.
"Culturalmente, nós do basquete vivemos, sim, o clima de Copa. No meu caso, desde criança. Essa é a minha 14.ª Copa do Mundo. Quando o Brasil ganha, festejamos aqui e, quando perde, ficamos tristes também, igual a todo mundo. O primeiro jogo dessa de 2022 assisti sozinho, porque minha esposa viajou, mas nos dois últimos, vi aqui com o time, na Argentina", disse o treinador do Dragão.
Guerrinha, que está na terra do arquirrival no futebol, cita que a imprensa e a torcida argentina destacam sempre a rivalidade, mas, também, reforçam que se ganha uma Copa do Mundo com jogadores que vêm do banco de reservas.
"Eu já vesti o verde e amarelo da seleção, no basquete, por 15 anos. E com o nosso futebol, em 2022, estou otimista. Não vi um time favorito, mas observei que o Tite e o elenco estão muito unidos, dentro e fora de campo. São muitos talentos individuais, com bastante agressividade ofensiva. E o importante é que todos os atletas são protagonistas em seus times", reforça Guerrinha.
TÁTICA
O treinador do Bauru Basket dá pitacos, como torcedor, em algumas regras do futebol que poderiam deixar o esporte mais dinâmico. "O futebol, taticamente, é muito parado. Daria mais velocidade se a bola, ao avançar no meio-campo, não pudesse recuar mais com posse do jogador, como no basquetebol. Impedimento, também, seria legal se só ocorresse dentro da área. Seria mais emocionante", finaliza o especialista na bola laranja.
VÔLEI: CORINTHIANS E PALMEIRAS
Trocando a bola que quica pela que voa, no Sesi Vôlei Bauru o técnico Marcos Kwiek, palmeirense, e o irmão e auxiliar Fabiano Kwiek, corintiano roxo, costumam assistir aos jogos da Copa juntos.
"Quando o assunto é futebol, temos a nossa rivalidade (no dérbi), mas na Copa do Mundo, curtimos bastante. Achei a nossa Seleção muito entrosada. O Tite tem o grupo na mão. Sou muito fã do Neymar. Ele é a nossa referência e faz muita falta. Vi ainda um ambiente muito favorável deles para trazer o Hexa. As chances são reais. Temos que ter cuidado com a Argentina e a Espanha, pelo que vi, estão muito fortes também", comenta Marcos Kwiek.
SELEÇÃO ATÉ DEBAIXO D'ÁGUA
Para Emerson Martins, técnico do polo aquático da ABDA, os jogos do Brasil são uma oportunidade para se reunir com os amigos. Ele cita que assistiu o primeiro jogo no parque aquático do Bauru Tênis Clube, local onde a associação também treina e realiza jogos do alto rendimento. Já o segundo foi junto com amigos da equipe. "Lá em casa, minha filha não liga muito, mas a partir do mata-mata deve se empolgar. E meu filho gosta de assistir com a turminha do time dele da ABDA", diz o treinador.
Ainda segundo ele, quando a Seleção vence países como a Sérvia e Croácia, por exemplo, a vitória tem um sabor ainda mais doce, porque são nações nas quais o Brasil têm rivalidade no polo aquático. Ele também não aponta favoritos, mas acredita no Hexa da Seleção.