A Copa das zebras... e das lesões

04/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Resultados surpreendentes e baixas por lesão vêm sendo uma constante na Copa do Mundo do Catar. E a Seleção Brasileira é um dos "destaques" em ambos os quesitos. Em relação a lesões, o Mundial tem dois favoritos bastante afetados pelos desfalques: Brasil e França. Vou ficar neles, apesar de outras seleções também terem sofrido com o problema.

Os franceses foram dizimados por problemas físicos antes e no começo da Copa do Mundo. Primeiro, os atuais campeões mundiais perderam o atacante Nkunku, o goleiro Mike Maigna, o zagueiro Kimpembe, o volante Kanté e o meia Pogbá. Meio time.

Já no Catar, o lateral Lucas Hernández e o atacante Benzema, eleito o melhor do mundo, foram cortados. Tudo bem que nem todos seriam titulares, mas tantos desfalques obviamente complicam e empobrecem as alternativas da equipe, que segue jogando bem e entre os cotados ao título.

O Brasil teve um pré-Copa tranquilo. Todos os jogadores convocados chegaram sem nenhum problema relevante ao Catar. Porém, a Seleção vem se esfacelando ao longo do Mundial. São cinco baixas em três jogos, com dois cortes. Logo na estreia, o Brasil perdeu Neymar e Danilo. No segundo jogo, foi a vez de Alex Sandro. Na partida que fechou a fase de grupos, mais duas baixas: Gabriel Jesus e Alex Telles. E ambos foram cortados, pois as lesões são mais graves.

Os infortúnios causam uma situação curiosa e difícil para o técnico Tite, pois não há jogadores de origem para a lateral esquerda. Um deles vai embora do Catar se reapresentar ao Sevilla e Alex Sandro ainda não deve reunir condições de voltar contra a Coreia do Sul, nesta segunda-feira (5).

Sendo assim, no momento do mata-mata, na fase decisiva, o Brasil vai ter que entrar em campo com improvisação. O zagueiro Marquinhos foi usado emergencialmente diante de Camarões no setor. Mas fica a questão de desmantelar a zaga eficiente que forma com Thiago Silva.

A questão é que a Seleção não tem zagueiro canhoto no Catar. E, sendo assim, ninguém ficaria exatamente confortável jogando no lugar de Alex Sandro. Se Danilo, ao que consta o mais próximo de voltar ao gramado, reunir condições de jogo, é possível colocar Daniel Alves na esquerda, improvisado. Nada que passe muita confiança. Ou ainda escalar Éder Militão na direita e Danilo na esquerda. Nada que passe muita confiança. O sul-coreano Son agradece. E nós ficamos apreensivos.

Em extinção

A zebra fez seus passeios pelos gramados cataris na primeira fase do Mundial. O Brasil deu sua contribuição. Com time reserva, a Seleção perdeu para Camarões. Aliás, via de regra, a zebra desfilou mesmo, salva um ou outra exceção, em partidas nas quais os favoritos pouparam todo ou parte do time titular. A exemplo do Brasil, Portugal, França e Espanha perderam com equipes "alternativas" para Coreia do Sul, Tunísia e Japão, respectivamente. Nada que tire o mérito das seleções consideradas menores.

Zebra mesmo foram a vitória da Arábia Saudita em cima da Argentina, Marrocos diante da Bélgica (aliás, os belgas vivem ocaso de uma geração superestimada e não jogaram nada neste Mundial) e do Japão sobre a Alemanha. A seleção japonesa é uma das mais divertidas de se assistir nesta Copa. Corajosa, leve... Samurais Azuis fazendo jus ao "legado" de Tsubasa.

Mas tenho cá para mim, que a listrada vai entrar em extinção no Canadá. Agora, momento agudo da Copa, as grandes seleções vão jogar com extrema concentração e impor sua qualidade. Dificilmente, veremos uma das zebras nas quartas de final. Nas oitavas, penso que o confronto mais indefinido é Portugal e Suíça. Não dá para considerar ninguém favorito, apesar do talento inegável português. A Suíça, vou repetir mais uma vez, é o time mais chato do futebol mundial.

Escrevo este texto antes do início do mata-mata e vou palpitar sendo pragmático. Acredito que avançam Brasil, Argentina, Holanda e Croácia de um lado. Do outro, classificam-se Inglaterra, França, Espanha e... Portugal, mais torcendo do que cravando mesmo. Afinal, o futebol deste time português é bem mais agradável do que o desta equipe suíça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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