Caminhos diferentes que chegam ao mesmo destino

20/11/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Quando terminou o jogo no dia 10 de julho de 2021, os dois treinadores tiveram uma certeza. O vencedor, a de que tinha encontrado uma maneira de jogar que potencializava seu poderoso ataque e seu craque extremo e, ao mesmo tempo, dava eficiência defensiva, algo que, recentemente, fora um ponto frágil. O perdedor, a de que era preciso arrumar alternativas, mudar parte do rumo do trabalho, trazer novos nomes e apostar em variações do que tinha feito até então.

Ambos lograram êxito no período de um ano e meio que separou a final da Copa América da Copa do Mundo do Catar. O gol de Di María no Maracanã e a derrota da Seleção Brasileira na decisão do título foi um ponto incisivo na preparação de Brasil e Argentina rumo ao Mundial. A partir dali, Tite e Lionel Scaloni trilharam caminhos diferentes, mas que os levaram ao mesmo destino: chegar ao Catar entre os favoritos ao título.

O técnico brasileiro foi oxigenar a Seleção. Nomes como Vinícius Júnior, Antony, Rodrygo, Gabriel Martinelli, Pedro e Raphinha entraram definitivamente no radar. E foram justamente esses jogadores, principalmente os de "beirada de campo", que elevaram o nível do time nacional. Vinícius Júnior vive momento excepcional, Raphinha caiu como uma luva e ainda há o recurso de Antony, que tem drible para quebrar marcação e também está em ótima fase, assim como Martinelli, além do multifunção Rodrygo e de um jogador que vai para ser o cara de referência, Pedro.

Não vejo o Brasil como "o" favorito, penso que é um dos favoritos - Argentina e França estão na mesma "prateleira". Mas é fato que a Seleção chega credenciada a pleitear o hexa. O caminho não é fácil. Um grupo com a boa Sérvia, a chata Suíça e o motivado Camarões pede cautela. Mas aposto que o Brasil avança em primeiro lugar. O cruzamento logo nas oitavas pode trazer um clássico com o Uruguai ou um duelo com Portugal. Os portugueses vivem uma crise interna, mas têm uma grande concentração de talento. Eu penso que se classificam em primeiro e, assim, o Brasil encararia o Uruguai nas oitavas. Também não é fácil. E a trajetória pode ter ainda Espanha ou Alemanha, Argentina e França até a taça. Se ganhar, seria incontestável.

Outros favoritos

Com status de favoritos como o Brasil, para mim, somente França e Argentina chegam ao Catar. Os "Hermanos" trilharam um caminho virtuoso desde o título continental e vivem uma série invicta que pode se tornar a maior da história durante Mundial - andaram pegando uns adversários bem inexpressivos, mas vá lá... Porém, o nível do futebol argentino apresentado e não dos rivais enfrentados é que credencia o time a desembarcar como um dos três mais cotados ao título.

Messi vai para sua "última dança" em Copas e chega sem o peso do jejum de títulos, já que a seca foi quebrada aqui no Brasil. E o craque ganhou um conjunto, montado por Scaloni, que funciona eficientemente e com variações táticas. A "Scaloneta" proporciona a Messi coadjuvantes relevantes em toda parte do campo. Além do fiel escudeiro Di María, caras como Julián Álvarez, De Paul, Paredes, Lisandro Martínez, Otamendi, Lautaro Martínez, Paulo Dybala e Emiliano Martínez qualificam o time do gol ao ataque. Poderosa.

A França, assim como a Argentina, teve baixas por lesão na reta final, mas mantém a condição de grande favorita. Porque, desta vez, tem Bezema. Ou melhor, deve ter, uma vez que o Bola de Ouro, além de Varane, faz trabalho à parte. Ambos são dúvidas para estreia. A França já perdeu Pogba, Kanté, Nkunku e Kimpembe, todos por lesão. E tem uma pedreira, a Dinamarca, em seu grupo. Mas o time conta com Mbappé, Griezmann, Dembélé, Lloris, Pavard, Rabiot, Koundé, além de jovens como Camavinga e Tchouaméni. Se Benzema puder atuar em alto nível, segue protagonista.

Quem também é candidato

Nem só de grandes favoritos vivem as Copas do Mundo. Longe disso. Então, quem chega ao Catar com reais chances de títulos e quem pode surpreender? Fortes candidatos: Inglaterra, Alemanha e Espanha. Também cotados: Dinamarca, Croácia, Bélgica, Holanda, além do já citado Portugal. Tudo analisado antes e sempre há uma surpresa. Quando a bola rolar é que vamos ver o que ela determina.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.