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Fabiano Alcantara
| Tempo de leitura: 2 min

Filho de pioneiro chega aos 100 anos

Texto: Fabiano Alcantara

Gerson Antonio Gonçalves, filho do capitão João Antônio, fez 100 anos na semana passada

Filho do capitão João Antônio, um dos pioneiros de Bauru, Gerson Antônio Gonçalves conheceu praticamente todas as personalidades que viraram nome de rua, como o seu pai. Na semana passada, quando completou 100 anos, ele recebeu a reportagem para contar algumas das muita histórias da cidade.

Envolvido desde que nasceu com o meio político bauruense, Gerson Gonçalves viu muitos presidentes na sua casa. Ele lembra de quando Bauru era uma vila com poucas casas.

"Bauru era só as fazendas Val de Palmas, Corumbá, Macaúba, que era do meu pai, e a Areópolis", afirma.

Segundo ele, a cidade cresceu mesmo depois de 1930, quando Getúlio Vargas estava no poder.

"Em 32, a cidade ficou deserta por causa da Revolução e eu fiquei como interventor. Organizava as tropas, arrumava lugar para o pessoal dormir...", lembra Gonçalves como se fosse ontem.

Personalidades que viraram nomes de rua fizeram parte do seu cotidiano. O capitão João Antônio era seu pai, Gerson França, seu padrinho, Otávio Pinheiro Brisolla batizou todos os seus filhos.

Bem-humorado, ele diz que muitas histórias do começo do século são contadas com exagero.

"Falam que os índios eram bravos, mas eles não eram de nada. Ficavam ali onde hoje é o Fórum, onde passava o rio Bauru. Tinha um mato bonito lá", conta.

Em relação a Azarias Leite, Gonçalves diz seu pai o livrou de ser assassinado três vezes, até que conseguiram matá-lo.

"Uma vez o meu padrinho Gérson França estava marcado para ser o prefeito e ele fez uma manobra para não deixar. Queriam matá-lo, mas meu pai não deixou. Meu pai era muito respeitado e pacificador, tudo que acontecia na cidade vinham pedir opinião para ele", conta.

Em relação ao seu centenário, ele afirma que nunca planejou muito a longevidade, mas sempre tomou cuidados como a saúde, como não fumar e beber. "Às vezes fico pensando. Como é que eu fiquei aqui, não tem mais ninguém do meu tempo", filosofa. "Foi graça divina".

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