Geral

Julgamento

Por Rita de C. Cornélio | Ieda Rodrigue
| Tempo de leitura: 2 min

Defesa do investigador alega que pai era violento

Texto: Rita de Cássia Cornélio/Ieda Rodrigues

O julgamento do investigador de polícia José Eugênio de Sampaio Barbosa, acusado de matar o seu pai, Sebastião Barbosa Damas, no Carnaval de 1988 em Bauru, que começou ontem pela manhã, entrou noite adentro, com a previsão de terminar na madrugada de hoje.

A defesa, feita pelo advogado Gustavo Eid Bianchi Prates, alegou que Damas era violento, o que levou o seu cliente a cometer o crime. O juiz do caso é Benedito Okuno. Às 20 horas, as cinco testemunhas de acusação e uma das cinco testemunhas de defesa haviam sido ouvidas.

A irmã do investigador, que testemunhou como defesa, confirmou que seu pai era violento e disse que ela própria chegou a passar por situações vexatórias provocadas por ele. Já a acusação, feita pelo promotor Hércules Sormani Neto, alegou que Damas não demonstrava carinho para com seus filhos por ser homem.

O júri popular é quem iria decidir se Barbosa foi ou não culpado no caso. Ele estava sendo acusado de, após matar Damas, colocar fogo no corpo e tentar escondê-lo. Na época, o crime teve grande repercussão. Barbosa, desde o dia que o corpo foi descoberto, foi mantido no presídio da Polícia Civil, em São Paulo.

Barbosa, segundo apurou a polícia, chegou em casa e encontrou seu pai embriagado e discutiu com ele. Após a discussão, Damas teria apontado uma pistola em direção ao peito do filho e, em seguida, tentado retirar o revólver calibre 38 que o investigador carregava na cintura.

Nervoso, Barbosa teria pego a arma e disparado três tiros aleatoriamente. Os tiros atingiram a cabeça, abdome e nádega de Damas, que morreu. O corpo foi enrolado em um cobertor e levado ao banheiro. No dia seguinte, Barbosa dispensou a empregada da limpeza e deu a ela R$ 140,00 para viajar.

Já na madrugada, Barbosa teria reunido móveis, roupas e o corpo do pai no jardim de inverno da casa e ateado fogo. Percebendo a presença de fumaça, os vizinhos chamaram o Corpo de Bombeiros. Ao entrar na residência, os bombeiros encontraram o corpo de Damas sob um sofá. Se for condenado, o investigador de polícia pode pegar pena que varia entre 12 e 30 anos de reclusão.

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