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Xintoísmo

Daniela Bochembuzo
| Tempo de leitura: 2 min

Japoneses comemoram fundação de templo

Texto: Daniela Bochembuzo

Missa foi realizada no templo Paulista Jinja da Igreja Kaminoya Daijingu, em Duartina, com oferendas a antepassados

Membros das comunidades japonesas de Duartina, Bauru, Garça, Presidente Prudente, entre outras cidades da região, participaram, ontem, das comemorações dos 27 anos de fundação do templo Paulista Jinja, da Igreja Kaminoya Daijingu do Brasil.

A igreja, com sede em Arajá, região da Grande São Paulo, tem como princípio a religião xintoísta, que é politeísta e cultua, entre seus deuses, os antepassados. O xintoísmo, seguido pela família imperial japonesa, tem como fundamento a crença de que deuses foram enviados ao oceano Pacífico para criar uma ilha, na qual iria ser fundado o Japão.

No Brasil, a igreja tem templos em Arajá, Bauru e Presidente Prudente. A maioria dos seus seguidores são membros da comunidade nipônica, muito em razão da fundadora da igreja ser a imigrante japonesa Suzuko Morishita, hoje com 92 anos.

Conta a história que Morishita, na década de 40, teria recebido a incumbência de fundar um templo da Igreja Issejingu no País. Ela aceitou a tarefa e fundou a Igreja Kaminoya Daijingu no Brasil, cuja difusão deveu-se à divulgação de que Suzuko via espíritos de antepassados. "Os antigos contam que o dom da mestra para orientar os fiéis, respondendo adequadamente seus anseios, também contribuiu para sua fama", conta Pedro Tunehico Miura, membro da diretoria da igreja.

Em 1973, Tsukane Tanaka iniciou a construção do templo em Duartina, que passou a ser conhecido como Paulista Jinja. Nas comemorações da fundação do templo, ontem, os fiéis homenagearam os antepassados das famílias praticantes da religião, assim como os bichos da seda que contribuíram para o sustento de muitas famílias da região.

A missa foi presidida pelo missionário Tamotsu Sato, a segunda pessoa na hierarquia da igreja, após Suzuko Morishita. Três religiosos vindos de Arajá também participaram da solenidade, na qual foram entoados cânticos e feitas oferendas de frutas, saquê e arroz aos antepassados.

Os seguidores da Igreja Kaminoya Daijingu do Brasil acreditam que, nos dias 1 e 15 de cada mês, os antepassados visitam as suas famílias. "Certamente hoje (ontem) eles estão entre nós, mas não podemos vê-los", diz Miura.

Por ser considerada uma visita, a vinda dos antepassados é comemorada com festa. Além da missa, a comunidade Paulista Jinja promoveu, ontem, almoço, sorteio de brindes e karaokê.

Em razão da presença do missionário Tamotsu Sato, houve ainda a bênção dos carros. "É uma forma de proteger os veículos e, conseqüentemente, a vida de quem deles usufrui", afirma o diretor da igreja.

Além dos veículos, os seguidores da Igreja Kaminoya Daijingu do Brasil crêem que seus antepassados zelam por suas vidas em tempo integral, o que motiva homenagens como a feita ontem. Todo o cerimonial foi feito em língua japonesa.

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