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Redação
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Lançamento da Editora Unesp retrata a História sob o ponto-de-vista de intelectuais como Jack Godoy, Keith Thomas e Natalie Zemon Davis; outros livros mostram aspectos do anarquismo e da política armadaNo decorrer deste século, a produção dos estudos históricos passou por profundas transformações. Perguntas como o que é e como se faz História são recorrentes entre os historiadores que procuram dar uma clara identidade a novas formas de abordagens.Para tratar desta questão, Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke utiliza-se de um gênero literário cuja prática vem sendo intensificada nos últimos anos, tanto no Brasil como no exterior: entrevistas com autores conhecidos. No livro As Muitas Faces da História (352 páginas, R$ 35,00), temas relativos à história das mentalidades, à micro-história, à história vista de baixo, à história das mulheres, à relevância da antropologia para a história e outros são tratados por nove renomados historiadores, selecionados, segundo a autora, não apenas por serem originais, mas principalmente pela inovação de estilos e abordagens intelectuais de cada um.Desse modo, Jack Goody, Asa Briggs, Natalie Zemon Davis, Keith Thomas, Daniel Roche, Peter Burke, Robert Darnton, Carlo Ginzburg e Quentin Skinner discorrem longamente sobre suas trajetórias e opções intelectuais, suas atitudes perante a fama, suas visões sobre o papel do historiador, suas opiniões sobre os outros historiadores e outras tantas questões sugeridas pela entrevistadora.A obra revela algo da pessoa por trás do historiador e nos dá a oportunidade de conhecermos as tendências e os movimentos intelectuais dos grandes historiadores da atualidade.Política armadaO fenômeno revolucionário também é uma característica do século XX. Hoje, a luta assume as formas mais variadas: manifestações de rua, invasões de terra, terrorismo, insurreição, guerrilha, ocupações de fábricas e greves combativas fazem parte do arsenal político, e novas formas evolutivas de luta poderão aparecer como resposta às tensões sociais.Neste contexto, o argentino radicado no Brasil Héctor Luis Saint-Pierre, oferece em A Política Armada - Fundamentos da Guerra Revolucionária (238 páginas, R$ 22,00), um estudo bem-fundamentado dos aspectos estratégicos da guerra revolucionária, tanto do ponto de vista da teoria quanto do das formas de revolução.Dividido em das partes, o livro trata na primeira de temas mais teóricos, com a conceituação de guerra e de revolução, a reflexão filosófica sobre elas e sobre a questão da violência. Na segunda, o autor analisa alguns dos meios com os quais a violência política se manifestou historicamente nos processos revolucionários. Assim, discute-se os temas da insurreição, do povo em armas, da guerrilha, do terrorismo e de algumas formas atuais de manifestação da luta armada, sempre sob a luz da análise estratégica e da óptica da política.AnarquismoO doutorando em sociologia Waumir Doniseti de Souza faz no livro Anarquismo, Estado e Pastoral do Imigrante (234 páginas, R$ 22,00) uma análise das relações entre a Igreja e a imigração italiana no Brasil, no período de 1887 a 1911. O autor trata, em especial, do papel dos padres scalabrianos, missionários da Congregação São Carlos Borromeu, ordem que foi criada em 1887 para dar assistência aos italianos que deixavam seus país para tentar fazer a América.Baseado em pesquisas documentais e iconográficas, o autor faz uma análise das relações da Igreja no Brasil com o clero italiano e com a República, sistema político que naquele momento acabara de ser implantado no país. O autor trata também das influências da Igreja nos processos de imigração e dos embates com o movimento anarquista, constituído significativamente por italianos. Um desses é o caso da menina Idalina, desaparecida em 1910 de um orfanato mantido pelos scalabrianos em São Paulo que formentaria a batalha entre católicos e anarquistas. ServiçoInformações sobre como adquirir os exemplares pelo telefone (11) 232-7171.Outros lançamentos da editoraOs Sentidos da Alfabetização: A pesquisadora Maria do Rosário Longo Mortatti mostra a viabilidade de um dos caminhos para os problemas da educação no Brasil: o processo de construção, por parte da criança, do conhecimento da língua escrita, para se buscar procedimentos didático-pedagógicos adequados a esse processo. (373 páginas, R$ 32,00)Coisas Velhas - Um percurso de investigação sobre cultura escolar: A pesquisadora Marilena Guedes de Camargo faz a trajetória histórica (1928 - 1958) das práticas escolares do Instituto de Educação Joaquim Ribeiro, de Rio Claro (SP). No estudo, ela se depara com diversos registros pessoais e institucionais dispersos no velho prédio escolar ou reunidos em gavetas e prateleiras das casas de antigos professores e alunos. (239 páginas, R$ 25,00) O Príncipe de Maquiavel e seus Leitores - Uma investigação sobre o processo da leitura: O professor-doutor Arnaldo Cortina discute uma série de questões relacionadas às pessoas que se dedicam à atividade de escrever. Um dos pontos investigados são as várias leituras, feitas em diferentes épocas, de O Príncipe, de Maquiavel. (272 páginas, R$ 25,00)

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