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Experimente Sergipe

Eliane Barbosa
| Tempo de leitura: 4 min

O povo é hospitaleiro e o Estado vem se firmando no cenário nacional por sua prosperidade

A Capital de Sergipe é detentora de uma das maiores rendas per capita do País. Com cerca de 500 mil habitantes, é uma cidade projetada nos moldes de Washington, Chicago e Buenos Aires. Suas ruas são alinhadas geometricamente, como um tabuleiro de xadrez, desembocando no rio Sergipe.

Uma obra de engenharia a cargo da equipe do engenheiro Sebastião Basílio Pirro, que não mediu esforços para transformar a área de pântanos e charcos numa das cidades mais belas do Nordeste brasileiro. Um tipo de Miami Beach do sertão, onde as luxuosas residências dos grandes proprietários de coqueirais se destacam.

Tempos modernos: mangue beach

Aracaju já nasceu Capital, assim se tornando depois da constatação de que a cidade de São Cristovão, a antiga sede, apresentava traços de decadência. Muitas ruas sem calçamento, estreitas e tortuosas. Havia poucos prédios públicos, o comércio era modesto e as transações comerciais inexistentes.

Não havia nenhuma casa estrangeira de arte e intercâmbio cultural, ou indústria. Mas o principal motivo era a questão hidrográfica, por situar-se no fundo do rio Paramopama com dependência de marés e dificuldades para navegação, com marés baixas que não permitiam nem o fluxo de canoas, muito menos a construção de um porto.

São Cristovão, apesar do romantismo colonial com belos casarios e sobrados, calçadas de pedras portuguesas e mosaicos de azulejos nas fachadas, era o lugar menos próprio para ser Capital de uma província que crescia e se moldava aos tempos modernos.

No povoado do Santo Antônio do Aracaju já existia uma escola e uma capela - o tempo religioso mais antigo de Aracaju. Inácio Barbosa, presidente da província simpatizava com esta opção, mas apresentou duas alternativas aos deputados. Na primeira, a Capital sergipana passaria a ser na Barra dos Coqueiros, na época pertencente ao município de Santo Amaro das Brotas.

Situada na margem esquerda do rio Sergipe, possuía boa localização. Mas, existia um clima ardente e poucos nascentes de água potável.

A segunda opção era o povoado de Santo Antônio na margem direita do mesmo rio, com fartura de água e tendo ao fundo o fértil município de Nossa Senhora do Socorro. Inácio era um homem inteligente e através de relatórios, ingenuamente tendenciosos, conseguiu a simpatia de alguns parlamentares.

O presidente convocou uma sessão extraordinária que pegou os deputados de surpresa. No dia 2 de março de 1855, a Assembléia Legislativa da Província foi convocada para uma sessão em uma das poucas casas que existiam na praia do Aracaju. O projeto era a elevação do povoado Santo Antônio à categoria de cidade e, automaticamente, Capital.

A perplexidade dos deputados foi tão grande que muitos votaram a favor e só perceberam exatamente do que se tratava quando no término da sessão se depararam com a paisagem exuberante das praias do Aracaju, os areiais, brejos e manguezais e não conseguiam compreender como um lugar pantanoso e desabitado se tornaria a capital da província.

A estratégia ardilosa de Inácio já havia sido alinhavada no ano anterior quando transferiu para o povoado de Santo Antônio do Aracaju a alfândega, a Mesa de Rendas Provinciais e mandou construir uma agência de correio e uma subdelegacia de polícia.

Após todas essas manobras políticas nada mais poderia impedir a marcha do projeto, e em 17 de março de 1855 a lei é sancionada. Foi um alvoroço, uma verdadeira subversão política, econômica e social.

Aberta ao turismo

Somente nos anos 60 os primeiros turistas desembarcaram em Aracaju. Alguns ocidentais começaram a aparecer. Muitos vieram à cidade por curiosidade e acabaram ficando - há vários casos de estrangeiros morando em Aracaju após uma paixão arrebatadora pela cidade.

O turismo não era explorado profissionalmente e somente em 1971 foi criada a Emsetur - Empresa Sergipana de Turismo. Até o início dos anos 80 pouca coisa havia sido feita em prol do desenvolvimento do turismo sergipano, mas uma grande guinada estava para acontecer.

O governo despertou para a grande indústria e as obras de infra-estrutura turística começaram a ser realizadas. Aracaju recebeu hotéis de nível e teve sua orla na praia de Atalaia construída, hoje, o mais importante cartão-postal da cidade; rodovias foram implantadas para facilitar o acesso às praias dos litorais sul e norte; outros equipamentos turísticos foram instalados e um grande trabalho de catalogação das potencialidades foi feito, aliado à divulgação nos principais veículos do País.

Após todo este trabalho, Aracaju vai se consolidando como destino turístico - cidade caprichosa, vaidosa e acima de tudo, ousada.

Serviço

As principais companhias aéreas, como TAM, Vasp, Transbrasil e Varig, têm vôos para Aracaju, com escala em Salvador. A viagem dura em torno de três horas (São Paulo-Aracaju).Consulte as companhias e os agentes de viagem que oferecem pacotes para quem quer visitar o Sergipe.

Duas importantes rodovias federais cortam o Estado. A BR 101 corta Sergipe de norte a sul, e a BR 235 no sentido leste/oeste. As rodovias estaduais encontram-se em ótimo estado de conservação. Outra opção para quem sai do Sudeste e pretende fugir do tráfego de caminhões na BR é a Linha Verde, uma bela rodovia litorânea, cercada de coqueirais, que liga a Bahia a Sergipe.O DDD de Aracaju é o (79). Consultas Internet: www.cidadedearacaju.com.br

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