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Caixa abre PDV para 48 mil funcionários e recebe críticas

Patrícia Zamboni
| Tempo de leitura: 3 min

A Caixa Econômica Federal (CEF) lançou um Plano de Demissão Voluntária (PDV) direcionado a 48 mil empregados que ocupam cargos das carreiras administrativa, profissional e de serviços gerais. Mas, isso não significa que todos esses trabalhadores poderão ter aceitas suas adesões. O prazo para que o candidato se manifeste termina no dia 31 de outubro. Podem participar do programa funcionários em cargos comissionados - gerentes, analistas e assessores. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região é contra o PDV, por significar redução de postos de trabalho. Além disso, a entidade avalia que é mais um passo para a privatização do banco.

A Caixa não divulgou a meta de adesão. O Sindicato dos Bancários de São Paulo estima que o banco pretende reduzir o quadro em, pelo menos, 5 mil funcionários. O voluntariado é aberto a escriturários, técnicos em contabilidade, auxiliares de serviço e empregados da carreira profissional (médicos, dentistas e advogados) regidos pelo plano de cargos e salários implementado em 1989. Ao todo, a Caixa tem cerca de 54 mil funcionários.

Para incentivar o desligamento dos empregados, a CEF elaborou um pacote que leva em consideração o tempo de serviço, o salário atual do funcionário, o piso salarial de mercado adotado pela Caixa (R$ 808,00), a economia futura que a empresa terá com a folha de pagamento e a proximidade da aposentadoria. Segundo a instituição, seguindo essa fórmula, um funcionário com salário de R$ 2,6 mil e 22 anos de serviço receberia cerca de R$ 38 mil, aderindo ao PDV.

Fica impedido de aderir ao plano o empregado que se encontrar nas seguintes situações: aposentadoria requerida; estabilidade provisória; contrato de trabalho suspenso; licença por acidente de trabalho e licença previdenciária.

Em nota divulgada ao JC pela assessoria de imprensa do banco, consta que a instituição vem passando por profundas mudanças estruturais que visam o seu equilíbrio econômico-financeiro e o fortalecimento como agente de desenvolvimento social. Daí, a necessidade de instalar o PDV, entre outras medidas. Segundo a assessoria, o plano inclui um apoio à retomada da vida profissional, através de um seminário para orientação à carreira, realizado por instrutores internos, e oferecimento de um crédito educação no valor de até R$ 900,00, concedido em forma de ressarcimento de valores ao ex-empregado.

De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, Marcos Silvestre, durante uma reunião realizada pelo Comando Nacional dos Empregados da Caixa ficou definida a orientação de resistir ao PDV, porque teria conseqüências maléficas. Em primeiro lugar, no nosso entendimento esse plano significa uma preparação para a privatização do banco. Em segundo lugar, somos contra qualquer tipo de PDV, independentemente de serem bons ou ruins financeiramente, porque eles significam a redução de postos de trabalho e mais milhares de desempregados. O histórico de todos os PDVs que já foram implantados mostra que a maioria dos trabalhadores que aderiram não conseguiu um novo emprego e utilizou o dinheiro do plano para sobreviver durante esse período e, atualmente, está desempregado. Pouquíssimos conseguiram abrir um negócio próprio e mantê-lo. Então, somos totalmente contra PDV, afirma Silvestre.

De acordo com ele, o sindicato não tolerará nenhum tipo de pressão, por parte da Caixa, para que os funcionários adiram ao plano. Não aceitaremos nenhum tipo de coação do tipo se o funcionário não aderir ao PDV, será demitido. Aliás, estamos temendo essa posição, por parte da Caixa, mas reagiremos e denunciaremos, diz.

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