A audiência pública realizada ontem à noite, na Câmara, apenas repetiu os problemas de infra-estrutura da cidade.
A audiência pública realizada ontem, na Câmara Municipal, repetiu os principais problemas de infra-estrutura levantados pelo Fórum de Discussões de Bauru nos últimos meses. Da mesma forma, a Prefeitura Municipal reiterou que a realização de galerias de águas pluviais é prioridade no Orçamento local pelos próximos quatro anos e que foi assinado um termo de ajustamento com o Ministério Público (MP), no qual a Administração se compromete a atacar alguns pontos com prazos pré-determinados.
Em se tratando de discussão pública dos problemas estruturais da cidade, a reunião de ontem foi proveitosa, da mesma forma como é necessária. Por outro lado, o evento se prolongou em demasia por falta de objetividade de pessoas que usaram o microfone do Legislativo. Com isso, não foi possível debater ponto a ponto cada um dos problemas localizados da cidade, assim como inseri-los no contexto das ações da Prefeitura para a solução, ainda que a médio prazo, das erosões, por exemplo. Depois de vários meses de discussões e com um trabalho interessante realizado através do Fórum de Discussões de Bauru, a plenária de ontem não conseguiu aproveitar a presença dos secretários municipais de Obras, Edmilson Queiroz Dias, e do Planejamento, Maria Helena Rigitano, para aprofundar a discussão de prioridades e ações.
Ainda assim, a audiência pública de ontem permitiu que a sociedade, mais uma vez, demonstrasse, através de diferentes entidades representadas, a intolerância em relação à incapacidade ou lentidão da Prefeitura em atacar questões de infra-estrutura, muitos pontos velhos conhecidos dos prefeitos ou agentes políticos locais.
Na plenária, foram elencados vários pontos críticos da cidade e, de outro lado, as ações programadas pela Administração Municipal para atacar alguns desses problemas.
A falta de recursos para enfrentar todos os pontos discutidos na plenária também foi repetida. Da mesma forma, as entidades que participaram do evento voltaram a mencionar que a Administração mantém equívocos na definição de prioridades, mantendo investimentos na zona Sul em detrimento aos recursos inversamente proporcionais às necessidades da periferia, onde se tem a maior parte da lista de necessidades.
Associada à discussão de ontem, a OAB, através do advogado Sandro Luiz Fernandes, mencionou que a Prefeitura Municipal vem reagindo, algumas vezes, de forma agressiva contra o Fórum de Discussões, atribuindo à iniciativa caráter eminentemente político. Para ele, a plenária representa segmentos da sociedade local, onde as partes estão reclamando sem encontrar receptividade por parte da Prefeitura. Já a Administração, através de Edmilson Queiroz Dias, voltou a elencar a escassez de recursos e acrescentou que a Administração tem aberto diálogo com a sociedade.
No final, a plenária popular reforçou os temas apresentados na Carta Bauru, que elencou os problemas estruturais. Foi deliberado que o Governo do Estado será provocado a responder se vai ou não enviar recursos para a cidade investir em buracos, erosões e enchentes e as entidades voltarão a se reunir, em cerca de 60 dias, para avaliar as ações da Prefeitura. Os defeitos formais do evento acabaram ilustrando a intolerância da sociedade local, que busca respostas.