Para Pierre Graves, do Diretório Acadêmico de História da Universidade do Sagrado Coração (USC), o ataque terrorista era previsível e é fruto da política norte-americana. Os Estados Unidos são responsáveis pela morte de milhões de pessoas no mundo, pelo empobrecimento dos pobres, expôs.
Graves também é contra a retaliação e considera que seria mais adequado que os Estados Unidos repensassem sua posição perante o mundo, refletindo sobre a nova etapa que está surgindo no pós-atentado. A guerra não vai trazer a solução para nenhum dos problemas, enfatizou.
Ricardo Henrique Alves da Silva, presidente do Centro Acadêmico 17 de Maio, dos alunos do curso de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), também questiona se uma guerra valeria a pena. Ele acredita que se o Afeganistão for atacado, provavelmente os culpados não serão atingidos e muitos inocentes deverão morrer.
Na opinião dele, os Estados Unidos não deveriam procurar os responsáveis com armas em punho, mas lançar mão do competente e renomado serviço de investigação de que dispõe. Se acontecer uma guerra liderada pelos Estados Unidos, todos os países vão sentir-se pressionados a entrar, agravou.
Fala-povo
O que pensam os jovens sobre o atentado e a reação
Não se pode tratar o terrorismo como um ato de Estado. As relações internacionais estão subordinadas a princípios superiores à soberania do Estado. São os princípios da ONU, que devem respeitar, além de outras coisas, os Direitos Humanos, Washington Leonardo Guanaes Bonini, 23 anos, estudante de Direito da ITE.
Não sou a favor da retaliação, porque acho que morreriam mais inocentes do que morreram nos Estados Unidos. Eles querem mostrar pela força e não pela inteligência, Adriano Camargo Alves, 18 anos, estudante de Enfermagem da USC.
Revidar no mesmo nível eu não acho certo, mas acho que vai acontecer, porque mexeram com os Estados Unidos, Ana Paula Bacan, 22 anos, estudante de Fisioterapia da USC.
O Afeganistão é um país muito pobre. Os Estados Unidos têm que pegar as pessoas certas; primeiro ter certeza, para depois revidar, Elaine Cristina Ferreira, 24 anos, aluna de Fisioterapia da USC.
Eu acho que não deve haver retaliação. Não tem um país que foi o autor. A guerra pode chegar a acontecer, mas o Brasil não deve participar, não deve ajudar, Ana Maria Santilli, 19 anos, estudante de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da Unesp.
Se eu tivesse parentes lá eu gostaria de pegar quem fez, mas eu não acho que uma retaliação seria a solução mais correta. Tem ameaças suficientes, mas eu não sei se eles vão concretizar, Giovanni Rocha Zanetini, 18 anos, estudante de Engenharia Mecânica da Unesp.
Quem tem mais a perder são os Estados Unidos em caso de uma retaliação. Se o Afeganistão atacar os Estados Unidos com uma arma biológica, o estrago maior vai ser lá. Isso pode matar muita gente, Luiz Felipe Coan, 19 anos, estudante de Engenharia Mecânica da Unesp.
Um contra-ataque não deveria ser tão forte. Os Estados Unidos não têm que invadir. Eu sou contra uma retaliação, mas certamente isso vai acontecer, João Henrique Papoti, 18 anos, estudante do 3.º colegial do Colégio Interativo.
Isso é resultado da política imperialista dos Estados Unidos. E é na base da política que eu acho que eles conseguiriam pegar quem fez o atentado. O problema é que eles estão em clima de vingança, Vinícius Franco Siqueira, 19 anos, estudante do curso pré-vestibular do Colégio Interativo.
Só porque é um país grande, os Estados Unidos acham que podem tudo. Não sou nem um pouco a favor de uma retaliação. A morte não é solução para nada, Vanessa A. Guedes de Azevedo, 17 anos, estudante do 3.º colegial do Colégio Interativo.
Eu acho que os Estados Unidos mereceram tudo isso. As pessoas não devem julgar só o pessoal do Bin Laden. Não é por aí, Renata Comergnio, 19 anos, aluna de Direito da Unip.
Realmente, os Estados Unidos tiveram o que mereceram, mas eu acho que tem como resolver isso sem uma guerra. Não se paga um ato terrorista matando mais pessoas, Silvio Tosi, 27 anos, aluno de Direito da Unip.
A guerra é inevitável. Eles vão fazer e não interessa o que a galera pensa. Não adianta dizer se é a favor ou não, Rodrigo Santos, 19 anos, aluno de Direito da Unip.
Isso não é caso de guerra, isso é caso de polícia. Não teria de atacar um país por causa de um cara que está lá. Isso pode levar o mundo inteiro para uma armadilha, Tiago Costa, 20 anos, aluno de Direito da ITE.
Retaliação? Depende. Ela só iria ser válida se tivesse um adversário à altura. Você não pode fazer com que um país inteiro, pobre do jeito que é o Afeganistão, pague pela ação de um grupo, Roberto Godoy, 22, estudante de Direito da ITE.
Sou contra a retaliação porque eu acho que eles não têm provas e indícios suficientes para agir já. Eles têm que apurar bem o que aconteceu para depois sim tomar providências, Denis Maximino, 23 anos, estudante de Direito da ITE.
Os responsáveis deverão sofrer punição, mas não as pessoas inocentes, Francine Pessutto, 21 anos, estudante de Direito da ITE.