Geral

Influência francesa em Bauru

Luciano Dias Pires (*)
| Tempo de leitura: 2 min

Entre tantos estrangeiros que vieram para Bauru, a partir de meados do século 19, com especial destaque aos italianos, espanhóis, portugueses, árabes, posteriormente japoneses, é justo também destacar os franceses que aqui começaram a chegar no início da construção da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Apesar de ser grande a diferença no que diz respeito a influência de outros povos, cujos representantes vieram em maior número, no dia-a-dia do brasileiro, quanto à cultura, alimentação, idiomas etc., também essas pessoas vindas da França, naturalmente que tiveram influente participação junto ao povo bauruense.

Sylvio Saint Martin, nascido na cidade de Agram (França), em março de 1883, veio para o nosso País a convite do conde Alvares de Carvalho, como qual trabalhou em São Paulo vários anos. De espírito empreendedor e ávido em conhecer regiões longínquas, foi contratado pela Compagnie Génerale de Chemins de Fer e Travaux Públicas, empresa francesa responsável pela construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

Saint Martin, além do excelente trabalho desenvolvido na concretização da ferrovia, também colaborou com o Município, participando com os seus conhecimentos técnicos na instalação do primeiro serviço de abastecimento de água, na construção da rodovia Bauru-Pirajuí e no planejamento do Cemitério da Saudade.

Ao seu lado, outros seus compatriotas aqui trabalharam por vários anos, no quadro funcional da NOB, a exemplo de Eugene Lafon (este foi diretor da ferrovia, de 1905 a 1908), Emílio Jourdan, Gustave Simon, J. Jordan, Georges Gustave, Prevault, Charles Pittet, todos convidados por Machado de Mello que formou-se em engenheiro na cidade de Bruxelas (Bélgica), tendo trabalhado na Leopoldina antes de vir para Bauru.

Não podemos negar que esses profissionais de origem francesa, também tiveram importante presença na vida bauruense, razão porque, no decorrer dos anos, nomes franceses denominaram empresas diversificadas, entre as quais lembramos: Bar e Restaurante Paris Noturno, o Bijou-Theatre (um dos nossos primeiros cinemas), A Parisiense, o Cabaret Maxims, boate Le Coq Dour e outras.

Acreditamos que esses engenheiros, paralelamente às suas atividades tenham, assim, cooperado e muito no desenvolvimento de nossa Bauru, por meio de influentes experiências trazidas no Velho Mundo, as quais redundaram em incontáveis benefícios à cidade e ao nosso povo naqueles antigos tempos.

Melhores informações poderão ser encontradas no Instituto Histórico Antônio Eufrásio de Toledo, que está localizado à rua Capitão Gomes Duarte, 13-41, atende de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h e das 13h às 16h30. Aos sábados, das 8h30 às 10h30. Informações poderão ser obtidas pelo telefone 234-2508. E-mail: ihaet@terra.com.br.

(*) Especial para o JC Cultura

Comentários

Comentários