Ismael Martins Borges, presidente da Associação de Moradores do Geisel, contou que a entidade procurou o Ministério Público após receber várias reclamações quanto ao atendimento dispensando nos núcleos de saúde da cidade. Os pacientes, de acordo com Borges, reclamam que, em função do quadro reduzido de médicos, é comum não conseguir senha para consulta mesmo depois de passar a noite na fila.

Após esperar na fila e não conseguir a senha, pela manhã, de acordo com Borges, o paciente tem que escolher entre voltar outro dia ou procurar o Pronto-Socorro Central e esperar até ser atendido. Outra reclamação que é comum também, segundo o presidente da Associação de Moradores do Núcleo Geisel, é quanto à qualidade do atendimento.

O mecânico Osvaldo Moura é um dos reclamantes do atendimento médico dispensando no núcleo de saúde do Geisel. Ele e sua mulher, Adriana dos Santos Moura, disseram que levaram a filha, Grayce dos Santos Moura, de 2 meses, que estava doente, à unidade de saúde do bairro e não conseguiram senha na primeira vez, voltando para casa sem atendimento médico.

Os pais levaram a criança para o Pronto-Atendimento Infantil, onde foi atendida e diagnosticado que ela estava com pneumonia. O presidente da Associação de Moradores do Núcleo Geisel não soube precisar, mas acredita que o número de senhas para consulta com pediatra, uma das áreas com maior demanda no núcleo do bairro, não passa de 12 por dia.

Ismael Martins Borges disse que esse número não é suficiente. Ele ainda frisou que o número limitado de senhas causa um grande transtorno aos pacientes, que precisam passar a noite na fila. Além de perder a noite de sono ou a manhã de trabalho para ficar na fila, ele questiona a situação de quem está doente e tem que passar pela longa espera.