Geral

Vicissitudes do terceiro milênio!...

(*) José Almodova
| Tempo de leitura: 3 min

As transformações que a maior parte dos seres humanos aguardava para o terceiro milênio, que fora festejada com efusivos amplexos entre familiares, vizinhos e amigos, certamente não se mostra doce como preferíamos que fosse. Ao contrário, porém, muito mais amarga a cada dia que passa, quando inesperadamente pretende levar de roldão incontáveis esperanças. Infelizmente, nem bem se nos assomou o novo e esperado milênio, se abalaram nossos corações, ainda pairando a esperança do que pudesse vir pela frente.

A ação atual de 11 de setembro, entretanto - segundo penso - teria sido refinada sob no mínimo em três aspectos principais: 1º) operação em tempo de paz e sem guerra proclamada; 2º) ataque pré programado para destruir (totalmente), alvos em país do primeiro mundo, no que parece, o mais recente insulto e desumanidade, tal como o primeiro exemplo ocorrido nos EUA; 3º) servindo-se de treinamentos profissionais, na utilização de equipamentos que mais tarde poderiam ser seqüestrados (do suposto inimigo político), eximirem-se de deixar qualquer rastro capaz de conduzir ao mentor (ou quem sabe, até aos mentores), da terrível e fascina, resultando cerca de 7 mil vítimas, certamente inocentes.

O incrível foi (segundo se supõe), o fato de no calor do infausto acontecimento terrorista, do imediato trabalho de retaliação proposto pelo presidente Bush - na filosofia do quem com ferro fere, com ferro será ferido - imediatamente aprovado no Congresso. E no curto espaço de tempo partir para a guerra declarada, levando talvez o maior arsenal bélico da história. Em busca do confronto, avisa que os alvos a serem atingidos serão somente dirigidos aos pontos especificamente estratégicos, evitando-se atingir a população civil. Ora, senhor presidente, hoje em dia não se brinca em serviço com apetrechos de guerra. Muito menos na guerra moderna, onde vale tudo, até armas biológicas. Em certos casos, nem é necessário participar de uma guerra para ser atingido por ela. Os efeitos poderosos da veloz tecnologia que se expande pelas áreas geográficas do primeiro mundo (a exemplo dos Estados Unidos), a tecnologia se incumbe de extinguir os seres humanos onde quer que estejam agrupados. Enquanto que (no manejo de máquinas mortíferas), com a presença de reduzido número de especialistas no fronte, os artefatos voam distâncias assombrosas de mais de 1,8 mil quilômetros (uns em vôo razante de 9 metros, outros até 28 mil metros), no encalço do objetivo, ceifando todas espécies humanas encontradas na área. É a presença viva do holocausto, uma verdadeira imolação tecnológica. Ação em que um ou dois militares especializados possuem a função de apertar o gatilho ou um botão, e, provoca um arrasa quarteirão de muitas vidas humanas inocentes, crianças, jovens e adultos; menos os responsáveis.

Em contrapartida, Bush continua distribuindo (com aviões e até mesmo de helicópteros, em paraquedas), grandes quantidades de volumes, contendo alimentos e remédios, aos miseráveis da etnia do Paquistão e ao povo faminto do Afeganistão. Coisa que embora sirva para satisfazer o ego dos americano, muito embora já haja vazado que tais áreas se encontram minadas com mortíferos explosivos ali espalhados pelos inimigos.

Particularmente (da classe de 926, feito o serviço militar em 944, em Lins), nada entendo de técnicas de guerra, sofri a expectativa da última convocação da classe de 925, quando acabou a 2.ª Guerra Mundial em 945. Penso que há de se combater com veemência o terrorismo, porém, evitando-se a mortandade de inocentes. A filosofia do olho por olho... não se coaduna com a maioria humana, mas Ossama Bin Laden há que pagar...

(*) José Almodova é professor e Mestre em Projeto, Arte e Sociedade pela Unesp -Bauru. É jornalista e colaborador do JC.

Comentários

Comentários