Vital Pasquarelli, 73 anos, que apesar de aposentado era ourives, foi morto em casa. A mulher do idoso também foi ferida.
O aposentado Vital Pasquarelli, 73 anos, que ainda trabalhava como ourives, foi morto a tiro durante um assalto a sua casa, localizada na quadra 7 da rua Araújo Leite, Centro de Bauru, ontem à tarde. A mulher do aposentado, Gilda de Oliveira Pasquarelli, 72 anos, foi atingida por um tiro na mão direita e passa bem.
O casal de idosos foi surpreendido por dois homens, que se passaram por compradores de jóias, e depois anunciaram o assalto, exigindo dinheiro. Ontem à noite, o Tático-4 da Polícia Militar deteve dois homens, na Pousada da Esperança, acusados de serem os ladrões. Grande quantidade de objetos, inclusive jóias, que podem ser fruto de roubo, foi apreendida (veja mais ao lado).
A polícia apurou que um dos ladrões estava armado e acabou disparando quando Gilda, não acreditando que estava sendo vítima de assalto, aproximou-se do rapaz tentando dialogar. O ladrão atirou e atingiu Gilda na mão direita, causando um grande ferimento. Vital foi atingido na cabeça e morreu na hora.
Até o final da tarde de ontem, o delegado Renato Cagnacci, titular do 2.º Distrito Policial, onde a ocorrência foi registrada como latrocínio (matar para roubar), não sabia informar se os ladrões chegaram a levar alguma coisa da casa. Como Gilda estava internada e nenhum parente próximo ainda havia sido localizado para checar os pertences do casal, a polícia não sabia se o roubo chegou ou não a ser consumado.
Gilda foi ouvida por Cagnacci no hospital, logo após ser medicada. Ela contou ao delegado que os dois ladrões tocaram a campainha e disseram que queriam comprar jóias. Um deles, inclusive, já havia estado na casa há cerca de dez dias. A mulher disse que abriu a porta e os dois entraram, subindo para o piso superior do sobrado.
Gilda contou que chegou a servir água e refrigerante para os ladrões, que estavam conversando com seu marido sobre jóias, na cozinha. Em determinado momento, um deles foi ao banheiro e, depois de um bom tempo, retornou já empunhando uma arma e anunciou o assalto, exigindo dinheiro.
A mulher disse ao delegado que, de imediato, não acreditou que os dois eram ladrões e tentou questioná-los, afirmando não ter dinheiro. Ao aproximar-se da arma para conversar com o rapaz foi atingida na mão. Ela relatou ao delegado que ouviu um segundo disparo e viu seu marido, já ferido, no chão.
Os dois homens fugiram e Gilda, mesmo sangrando muito, conseguiu ligar para a polícia e pedir socorro. Quando a Polícia Militar chegou ao local encontrou a mulher ensangüentada e Vital já morto. Ela foi encaminhada para o Pronto-Socorro Central e transferida para o Hospital de Base, de onde foi liberada após ser medicada.
Vizinhos do casal ouvidos pelo JC não souberam informar se havia jóias e dinheiro na casa. No entanto, todos sabiam que Vital trabalhava, na própria casa, como ourives e era proprietário de um imóvel, ao lado da casa, onde funciona uma loja.
Na casa, aparentemente, tudo estava no lugar, exceto uma gaveta de um criado-mudo que estava aberta e com vários papéis revirados. Um parente distante de Vital contou que há cerca de 15 anos ele foi vítima de assalto, sendo ferido por um tiro no abdome.
