O trabalho para concretizar o Levantamento de Conjuntura Econômica da regional depende da adesão de mais empresas.
A diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) está buscando completar a base de dados mínima para concretizar o Levantamento de Conjuntura, que pretende divulgar, mensalmente, sobre o desempenho da indústria na sua área de abrangência. Ricardo Marques Coube, vice-presidente estadual do Ciesp, destaca que o trabalho é uma parceria da regional com o Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp e tem o objetivo de regionalizar os dados, que hoje são obtidos de forma estadual, mas está enfrentando algumas dificuldades para a consolidação.
A implantação do Levantamento de Conjuntura é um piloto que está sendo realizado pela regional do Ciesp e que, posteriormente, deve ser realizada em todas as regionais da entidade. A questão é que, em Bauru, as empresas ainda estão demorando para aderir e responder aos questionários. Assim, o trabalho, agora, é no sentido de solicitar às empresas que devolvam as pesquisas respondidas num prazo de tempo mais curto.
A intenção da regional do Ciesp é que a primeira pesquisa, englobando dados de janeiro até setembro possa ficar pronta na virada do mês de outubro. Depois disso, passará a ser mensal. Até agora, foram realizados investimentos em infra-estrutura, treinamento de pessoal e compra de softwares para dar suporte ao trabalho. O que dependia da regional se equipar e se organizar, está tudo feito. Quando disparamos o projeto e as empresas tinham que participar de forma efetiva, surgiu a dificuldade, afirmou Coube.
Giane de Fátima Vaz, gerente da regional do Ciesp, destaca que a pesquisa é simples de ser preenchida e aborda temas como valores de vendas, mercado interno, exportações, pessoal ocupado, pessoal vinculado à produção, horas trabalhadas, gastos com folha de pagamento, utilização da capacidade instalada e dias trabalhados na produção, entre outros dados.
A gerente disse que é importante que os empresários se entusiasmem com o projeto, pois é fundamental para as indústrias.
Coube destaca que, atualmente, as empresas dependem muito das informações para definir suas ações. Ele destaca que o empresário tem, sempre, que conhecer seu mercado, principalmente da microrregião física de atuação, para depois pensar em termos de posicionamento estadual e nacional. Essa pesquisa traz um tipo de visão que é uma coisa inédita. É impressionante quanto São Paulo passou a ganhar como Estado quando a Fiesp passou a realizar a pesquisa, que baliza todas as decisões e ações da Federação, afirmou.
Por outro lado, os dados que podem ser obtidos nessa pesquisa são importantes para que o município possa ter uma visão macroeconômica para definir projetos de desenvolvimento futuro.
Giane destacou que cada uma das empresas participantes é importante para o processo. A falta de uma pode comprometer os resultados de cada setor. Segundo ela, se duas das cinco empresas de baterias de Bauru deixarem de responder à pesquisa, por exemplo, os resultados perdem a fidelidade.
Coube afirmou que os empresários devem ter em mente que todos os dados repassado para o projeto são confidenciais. O questionário é todo codificado, não expondo a empresa ou as informações repassadas. Assim, somente os resultados finais, em termos macroeconômicos é que serão divulgados. Além disso, o primeiro compromisso é dar conhecimento às empresas dos resultados obtidos. Não vamos divulgar dados que possam expor as empresas, afirmou o vice-presidente do Ciesp.
Vale destacar que dez empresas de Bauru já respondem à pesquisa estadual do sistema Fiesp-Ciesp, sem que tenham tido qualquer problema com isso.
Falta de sistematização
A pesquisa do Ciesp sobre a indústria da região pode ajudar a resolver um sério problema da cidade e da região, que é a falta de dados sistematizados sobre as atividades econômicas, o que acaba dificultando, até, a realização de planejamentos de desenvolvimento por parte do município.
Um especialista da área destacou que falta em Bauru um instituto que possa gerar informações e trabalhá-las adequadamente. Ele lembra que existe o Data-ITE, que é um banco de dados que tem uma compilação de informações e gera, mensalmente, dados sobre a cesta básica. Mas, poderia ser ampliado.
O especialista disse que a cidade não trabalha bem suas vantagens comparativas e defendeu que a Prefeitura deveria montar um núcleo de pesquisas, que poderia ser na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, como forma de levantar e atualizar constantemente todas as informações sobre Bauru, para ofertar dados às empresas que pretendam investir na cidade e, até, para fornecer dados prontamente para a Imprensa. Essa estrutura poderia ser montada em parceria com as universidades.
Ricardo Coube afirma que a falta de dados não é somente em Bauru. Ele diz que o brasileiro não tem a cultura de realizar estatísticas e levantamentos, ao contrário dos países de Primeiro Mundo, que têm estatísticas de tudo o que produzem e consomem. Aqui, não só temos pouco, como a confiabilidade é relativa, destacou.