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Serra e Tasso dividem tucanos de Bauru

Gilmar Dias
| Tempo de leitura: 4 min

Primeira reunião do novo comando municipal do partido abrirá processo de discussões sobre a sucessão presidencial.

Os tucanos de Bauru estão divididos em relação aos dois candidatos presidenciáveis do partido que já declararam interesse em disputar o cargo nas eleições do ano que vem. O ministro da Saúde, José Serra, leva uma ligeira vantagem pelo fato de ser paulista. Mas há quem defenda a candidatura do governador do Estado do Ceará, Tasso Jereissati.

Outros até acreditam na possibilidade de o presidente Fernando Henrique Cardoso vir a disputar o terceiro mandato. FHC teria esse direito porque a instituição da reeleição foi aprovada pelo Congresso Nacional quando ele já cumpria seu primeiro mandato. Não se pode esquecer que o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, também está cotado na lista de presidenciáveis.

Segundo o presidente recém-eleito da executiva municipal do PSDB, Ricardo Carrijo, dirigentes e militantes vão discutir o assunto sucessão presidencial na primeira reunião da instância, que ainda não tem dia definido para ser realizada. Em caráter particular, ele tem sua preferência: Tasso Jereissati.

Em nível de Brasil como um todo, o Tasso é o candidato mais viável. O Serra é muito competente, é preparado, é um excelente técnico, mas não tem carisma para disputar a eleição do ano que vem, avalia o tucano. Na sua opinião, o governador do Ceará tem mais poder de fogo para costurar as alianças partidárias que vão sustentar a candidatura do PSDB.

O fato dele (Tasso) governar um Estado da Região Nordeste vai somar no conjunto e, no meu ponto de vista, neutralizará um pouco a candidatura do Ciro Gomes, opina. Carrijo acredita que o presidente Fernando Henrique tem dados sinais de sua preferência por Serra. Até mesmo devido a trajetória da vida política dos dois, que começaram praticamente juntos na vida pública.

O presidente do PSDB, no entanto, tem a convicção de que FHC não vai se sobrepor a vontade do partido. Com certeza, ele (FHC) vai usar sua influência pessoal, mas como democrata que é vai aceitar a indicação da maioria.

Paulista

No tucanato bauruense também há os partidários do ministro José Serra. O vereador Antonio Garmes (PSDB) lembra que, além de Serra e de Tasso, corre por fora na busca da indicação o ministro da Educação, Paulo Renato Souza. Ele afirma que é um privilégio o PSDB ter bons nomes para indicar à candidatura da Presidência da República.

Gosto de todos eles e apoiarei aquele que o partido indicar, mas pendo para o Serra. Ele tem feito um excelente trabalho no Ministério da Saúde, elogia. O parlamentar acredita que o fato de Serra ter disputado a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado sem sucesso não o desabona para tentar a presidência da República.

O ex-presidente Lincoln, dos Estados Unidos, disputou o cargo várias vezes. E a história registra que ele foi um dos melhores presidentes de todos os tempos. Cada eleição é um momento. Garmes defende que a eleição de um tucano paulista ao Palácio do Planalto vai balancear a representatividade do Estado - maior colégio eleitoral do País - com a Região Nordeste.

O empresário Caio Coube também reconhece em Tasso, Serra e Paulo Renato três bons nomes para disputar a eleição presidencial. Vamos ter que abrir um processo de discussão para avaliar. Ele ressalta algumas desvantagens que podem complicar Tasso, dentre as quais o fato dele não ser muito conhecido em outras regiões do País.

Mas ele tem a experiência de três mandatos como governador, conhece a realidade do Nordeste. O tucano também elogia a administração de Serra, que conduz com brilhantismo o Ministério da Saúde. Seu comportamento no ministério lhe deu visibilidade.

O empresário destaca, ainda, a revolução de Paulo Renato no Ministério da Educação. Ele inovou com a implantação do provão, na qualidade dos programas editoriais. Também é um bom nome. Caio, no entanto, prefere discutir com mais calma o processo de sucessão, antes de se definir por um nome.

Já o vereador João Parreira (PSDB) tem uma opinião diferenciada de seus colegas de partido, embora assuma que tenha simpatia por Serra. O melhor candidato é o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso. Se ele puder disputar a eleição, é o melhor candidato do PSDB.

O parlamentar diz que tem receio de mudanças que possam vir a provocar instabilidade no País. Não podemos arriscar ou fazer experiências devido a crise que vivemos em nível mundial.

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