A GREVE DO JUDICIÁRIO Disse o grande Ruy Barbosa que quem não luta pelos seus direitos não merece tê-los. É uma verdade inconteste que não me canso de repetir. Por essa razão, apoiei a greve dos servidores do Judiciário a quem dedico muito respeito e tenho grande estima, em face da maneira educada e prestativa com que sempre sou atendida.
Mas, após quase dois meses de paralisação dos trabalhos forenses, sem que tenha havido um acordo entre patrão e empregado, como ficamos nós, advogados e a sociedade que representamos? Todos estamos envolvidos com a administração da justiça e, também, estamos sendo prejudicados!
Por atuar quase que exclusivamente em demandas contra as Fazendas Públicas, vejo o direito de meus clientes, também servidores públicos (muitos deles do próprio Judiciário), prejudicado com a greve e como lutar contra isso? Calando-me? Sabe-se que a cada dia cresce o número de advogados que não têm dinheiro sequer para sua subsistência porque não podem trabalhar. A intransigência do presidente do Tribunal de Justiça em oferecer algum reajuste jamais pode ser escudada na Lei de Responsabilidade Fiscal, vez que a Constituição Federal (superior hierarquicamente àquela) Assegura a Revisão Geral Anual aos Servidores (art. 37, inciso X).
Dinheiro os órgãos públicos têm. O que falta é uma melhor distribuição das rendas e uma eficiente atuação por parte dos chefes dos Poderes impedindo os desvios dessas verbas, que todos sabemos existir e que, para enumerá-los precisaria de toda a página ou toda a edição do JC . (Alzira Garcia - OAB/SP 38.049)