Um fato muito importante passou batido na mídia. Tirando algumas matérias pouco focadas e pequenas notinhas na Internet, nada mais foi dito. Talvez porque não haja interesse de que essa informação seja divulgada com a devida atenção. Mas a verdade é que um fato dessa magnitude não pode ser ignorado.
O governo brasileiro firmou acordo com o governo dos U.S.A. para o uso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a 20 Km de São Luís, no Maranhão.
Ate aí, nada de anormal. Mas, se atentarmos para os termos desse acordo, veremos uma realidade que perturbaria qualquer cidadão do mundo. Nosso governo entregou uma parte de nosso território para os U.S.A. Falando assim pode parecer exagero, mas na realidade, não há exagero nenhum em afirmar que uma área de aproximadamente 620 Km2 do território brasileiro está sob domínio absoluto do governo norte-americano.
A dominação é tal, que nenhum cidadão brasileiro pode entrar nessa área, que abrange todo o CLA, sem autorização prévia do governo dos U.S.A., e o governo brasileiro não pode exercer nenhuma atividade no local sem prévia autorização.
Além disso, os americanos têm permissão (leia-se direito) de desembarcar equipamentos fechados em contêiners sem que nossas autoridades competentes possam vistoriá-los. Sendo assim, fica caracterizada a total perda de jurisdição de nosso governo nesta área dentro do Estado do Maranhão.
Em condições normais e sensatas, um acordo como esse deveria trazer muitos benefícios para o nosso País. O CLA é um dos melhores pontos do Planeta para lançamento de foguetes ao espaço. A explicação é simples: o CLA está muito próximo da linha do Equador, que divide os hemisférios Norte e Sul. Por isso, os foguetes apresentam uma melhora no desempenho que proporciona uma economia de 30% de combustível. Trata-se de uma economia significativa nos custos de lançamento num mercado internacional que gasta US$ 4,5 bilhões por ano. Entretanto, todos esses benefícios não serão usufruidos pelo governo brasileiro, que gastou US$ 40 milhões por ano para nossos irmãos norte-americanos.
Isso mais parece a Teoria da Conspiração. Afinal, sempre esteve presente no imaginário do povo a possibilidade de os U.S.A tentarem invadir nosso País, sobretudo a Amazônia. Desde os tempos da morte de Getúlio era muito claro na cabeça das pessoas uma suposta conspiração yankee contra nosso País. Para muitas pessoas da época, os americanos teriam assassinado o então presidente. Quando se pensa na Amazônia, então, muitos são os boatos de que os norte-americanos estariam estudando tornar nossa floresta um território de domínio internacional.
Porém, nunca nada disso havia tomado forma concreta. Não passavam de boatos paranóicos. A diferença é que agora não é boato, é FATO! É importante lembrar que os livros didáticos americanos, utilizados para a educação das novas gerações daquele país, ja citam a Amazônia como floresta internacional e não como território brasileiro. Se essa atitude das autoridades americanas não for veementemente combatida pelo governo brasileiro junto aos organismos internacionais, certamente em um futuro breve as novas gerações estarão convencidas de que a Amazônia não pertence ao Brasil, pois assim lhes foi ensinado. É clara a manobra do governo americano para criar no inconsciente coletivo que o território brasileiro dever ser controlado (por eles é claro) como território de domínio internacional. Se o governo brasileiro não tomar sérias providências, denunciando e protestando contra estes fatos, podemos estar certos de que as futuras gerações brasileiras serão castigadas no futuro, com a perda do nosso território mais valioso. O ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, assinou este acordo, representando o Brasil. Então a coisa está valendo. Para que se tenha idéia do absurdo que tal documento representa para a soberania nacional, basta observar algumas das obrigações brasileiras: na prática, nenhum país inimigo dos EUA poderá utilizar o CLA, mesmo com autorização do Brasil e em missão de pesquisa. Nenhum representante brasileiro terá acesso a equipamentos e tecnologias trazidas pelos americanos, salvo com permissão deles. Caso seja dada permissão, essa tecnologia jamais poderá ser utilizada por nossos cientistas no aprimoramento de nossos foguetes e espaçonaves. Qualquer convênio firmado entre o Brasil e outro país, deverá respeitar os termos deste acordo. Somente pessoas autorizadas pelo governo norte-americano poderão entrar no território do CLA. O governo brasileiro deve garantir seus maiores esforços para que tudo corra bem. Caso algo não vá bem, do ponto de vista do governo daquele pais, eles poderão retirar todos os equipamentos e dados de nosso território, cabendo ao nosso governo facilitar para que tal operação transcorra de forma harmônica. Nenhum contêiner lacrado poderá ser aberto em território brasileiro, ou seja, os norte-americanos poderão trazer e retirar qualquer coisa de nosso País sem que nossas autoridades possam contestar. Estes são apenas alguns pontos do acordo. Existem mais cláusulas nas quais nosso governo se curva diante do imperialismo americano com a naturalidade que uma colônia se curva diante de sua metrópole. Isto posto, fica a pergunta: você, cidadão brasileiro, concorda com esse acordo?
Independentemente da sua resposta, o seu representante institucional já concordou. Você, de fato, se sente representado? Se a resposta for não, está na hora de gritarmos por nossa vontade. Porque depois, não adianta virem dizer que não sabiam... Haja óleo de peroba para eles e fantasias de palhaço para nós.
(*) Ivan Giunta - RG 8.739.150