Cansada de esperar, a comunidade da Paróquia São Pedro Apóstolo tomou a iniciativa e fez a manutenção da praça.
A comunidade da Vila Dutra, em especial da Paróquia São Pedro Apóstolo, tomou a iniciativa de cortar o mato alto e limpar a praça localizada em frente à igreja. O mutirão foi feito na tarde de ontem. De acordo com o padre Antônio Carlos da Silva, os moradores cansaram-se de esperar que a manutenção fosse feita pela Prefeitura Municipal.
O mato estava enorme, os bancos quebrados e as placas abandonadas. O mato já estava chegando às calçadas, descreve o padre.
Cansados de esperar que a Administração Municipal tomasse providências para cortar o mato e limpar a praça, a comunidade, coordenada pelo padre Antônio, decidiu assumir o trabalho. Moradores desempregados dos bairros Parque Santa Cândida, Parque Real e Parque Leão XIII compuseram o que foi denominado pela paróquia de frente de trabalho. As pessoas que participaram das atividades, na tarde de ontem, receberam em troca uma cesta básica.
A intenção, de acordo com o padre Antônio, é levar o mutirão a outros bairros e praças que necessitem de manutenção. Com esse exército, podemos recuperar praças e bairros em que o mato está alto ou em que o lixo está espalhado, diz.
Ontem, primeira atuação da comunidade nessa iniciativa, o mato alto foi cortado e a grama da praça foi aparada. Foram utilizadas não apenas mão-de-obra, mas também materiais e equipamentos dos próprios moradores. É também uma atividade educativa, um trabalho de conscientização. Entregamos a cesta básica cobrando do indivíduo um comportamento cidadão, num trabalho comunitário em que ele assume sua corresponsabilidade para com o que é público, salienta o padre.
Antes de montar a frente de trabalho, a Igreja recorreu à Regional Administrativa da Vila Falcão e, de acordo com o padre Antônio, teria recebido a informação de que, naquele momento, não seria possível fazer nada quanto à praça.
Administração Municipal
De acordo com Mário Kabanara Filho, diretor da Regional Administrativa da Vila Falcão, o trabalho de manutenção de praças é realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) em parceria com as Regionais. Quando a Semma não pode fazer o serviço, a Regional ajuda, afirma.
Kabanara explica que em período de chuva, o mato cresce rapidamente e o volume do serviço aumenta bastante. Ele destaca também o quadro reduzido de funcionários das regionais. A Regional Administrativa da Vila Falcão, que deveria ter seis ajudantes gerais, tem apenas um.
Na opinião de Kabanara, a iniciativa da Igreja quanto à manutenção da praça é excelente. São saudáveis esses mutirões de limpeza. As pessoas têm que ter consciência e zelar pelo que é delas, e não da Prefeitura, como muitos pensam, observa.
O secretário municipal das Administrações Regionais (Sear) Celso Donizeti, reforçou que a manutenção de canteiros centrais e praças cabe à Divisão de Praças e Áreas Verdes (Dipav), da Semma. Quando a Semma tem dificuldade no atendimento, a Sear ajuda com a limpeza e a capinação, explica.
Já o secretário municipal de Meio Ambiente, Luiz Pires, informou ao JC que a reclamação sobre a praça localizada em frente à Paróquia São Pedro Apóstolo não chegou à Semma.
São 280 praças e não temos condições de atuar todas as semanas em todas elas, expõe.
Devido a essa dificuldade, a Semma tem buscado parcerias com empresas e com a comunidade para que colaborem na manutenção dessas áreas públicas. Temos uma estrutura pequena se comparada ao número de praças. Nessa época do ano, o rebrote da grama é muito rápido, ressalta.