Pelo último levantamento da Comissão Municipal de Defesa Civil, feito durante a entrega dos donativos da Campanha do Agasalho deste ano, Bauru tem mais de 13 mil pessoas vivendo em condições precárias, a maioria em favelas (veja quadro). Sem contar o conjunto de barracos próximos ao Sambódromo, a estatística da Defesa Civil é de que Bauru tem 18 favelas mais o Núcleo Fortunato Rocha Lima, bairro fruto de projeto de desfavelamento e que parte da população ainda mantém o perfil de favelado.

As 547 casas do Fortunato Rocha Lima foram construídas em regime de mutirão, entre 1995 e 1996, através de uma parceria da Prefeitura com o Estado. O objetivo do projeto, na época, era erradicar as 21 favelas de Bauru. Várias favelas realmente foram erradicadas, como a da Vila Garcia, com a transferência das famílias para o novo bairro.

No entanto, o projeto parou nas 547 casas e famílias de várias favelas, que haviam sido levadas para o Ferradura para aguardar uma nova fase do projeto, não foram atendidas. Em função disso, a favela do Ferradura sofreu um boom, sendo hoje a maior da cidade. De acordo com a Defesa Civil, existem 913 barracos no bairro habitados por 4.565 pessoas.

A Defesa Civil faz a estimativa de moradores calculando que em cada barraco vivem quatro ou cinco pessoas. A favela existente às margens da avenida Comendador José da Silva Martha, próxima à Vila Serrão, é a mais nova da relação da Defesa Civil. Com 50 barracos, ela não aparecia nas estatísticas da Administração Municipal até o início deste ano.

Em função da situação econômica do País, Álvaro de Brito, presidente da Comissão Municipal de Defesa Civil, prevê aumento no número de favelados na cidade. Para ele, como o desfavelamento requer bastante dinheiro, os municípios precisam recorrer a linhas de crédito do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Favelas de Bauru