Aos 106 anos de emancipação político-administrativa, Bauru trabalha para reverter os efeitos negativos que a expansão desenfreada de meados do século passado provocaram. Dois deles são a ausência de equipamentos urbanos e serviços de infra-estrutura, como galerias de água e esgoto.
Os trabalhos estão a cargo de um mix de secretarias, mas o problema preocupa especificamente a Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), e não é de hoje. “O ideal seria otimizarmos os vazios urbanosâ€, afirma Maria Helena Rigitano, titular da pasta, a qual cabe organizar esse desenvolvimento.
A idéia, embora alardeada há anos por Rigitano e lideranças ambientais, não tem encontrado eco entre proprietários de vazios urbanos próximos à região central de Bauru. Além de questões jurídicas, muitos deles preferem especular a dispor a área para novos investidores.
As soluções para evitar a especulação e colocar em curso a ocupação desses vazios estão em discussão no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (Condurb). Como envolvem interesses coletivos e o uso adequado do solo, os debates são amplos e, como tais, sem previsão de conclusão.
Para otimizar a discussão, Rigitano pretende que o Condurb avalie um plano estratégico e vá encaminhando as decisões para a o Executivo e a Câmara dos Vereadores para análise e aprovação. Depois, os conselheiros passariam a discutir diretrizes bairro a bairro.
A pretensão é promover as reuniões com a participação de cada comunidade. “Porque elas, melhor do que ninguém, conhecem as suas realidadesâ€, argumenta a titular da Seplan.
Paralelo a esses debates, a Seplan trabalha no desenvolvimento de um plano macro de drenagem. “Por décadas, nada foi feito nesse sentido e queremos evitar problemas futuros para evoluírmos com qualidadeâ€, diz Rigitano.
Entre outros órgãos municipais, o desenvolvimento com qualidade também norteia novos projetos, como o programa Saúde da Família, que será implantado pela secretaria de Saúde nos bairros Pousada da Esperança 1 e 2 durante o mês de agosto.
O projeto prevê a promoção e a recuperação da família de forma integrada, por meio de atendimento na unidade de saúde e em domicílio. A equipe contará com médico, enfermeiro e agentes de saúde, estes moradores da região atendida.
Em agosto, a Secretaria Municipal de Saúde concluirá as reformas do Serviço de Saúde Mental, o que permitirá a melhor reorganização do espaço físico e atendimento completo.
No mesmo mês tem início a reforma do Pronto-Socorro Central. Paralelo a isso, os funcionários continuarão a participar de treinamentos de saúde para aprimorar o atendimento ao público.
O único problema a continuar sem solução é a falta de médicos nos postos de saúde. “Temos muitos buracos nas escalas em razão de aposentadorias, exonerações e mortes e não estamos conseguindo repor as vagasâ€, assume a médica Jaíra Maria Rocco Kirchner, secretária substituta de Saúde.
Na opinião de Kirchner, o desinteresse dos médicos nos concursos promovidos pela secretaria se deve ao fato do trabalho no Pronto-Socorro ser estressante, dificultoso e trabalhoso. “Como resultado, temos um déficit de sete médicosâ€, relata.
Enquanto não há solução aparente, a secretaria continua a investir na educação em saúde. “Para que o usuário do sistema possa conhecer os sinais de alerta em cada área e saiba a quem recorrer de fatoâ€, explica Kirchner.