Mulher

Pompoar: técnica do prazer

Fabiana Teófilo
| Tempo de leitura: 5 min

O pompoarismo já é conhecido entre as mulheres brasileiras. As técnicas já foram vistas em filmes e programas de televisão. Segundo sexólogos que ensinam a técnica.

A psicóloga e sexóloga Maria Lúcia Biem está ministrando o curso em Bauru e já “formou” algumas alunas que não exitam em afirmar que a vida sexual muda completamente e o pompoarismo já foi responsável por salvar até casamento.

O pompoar é um técnica já praticada em vários países. Os primeiros exercícios do pompoarismo surgiram na Índia, com o tantra, doutrina milenar que compreende o sexo como uma forma divina de atingir a plenitude.

Na Tailândia, os exercícios de fortalecimento da musculatura vaginal faz parte da cultura, dos ensinamentos educativos das mães para as filhas desde muito cedo.

No início do século XX as gueixas japonesas e prostitutas tailandesas incrementavam a relação com seus clientes massageando o pênis com a parte interna da vulva, proporcionando maior prazer a eles. Elas realizavam exercícios para fortalecer a musculatura vaginal com as contas de seus colares. A partir daí, a técnica ficou conhecida como pompoar, que significa sugar o pênis. Mais tarde, as contas dos colares deram origem à bolinhas específicas, chamadas de ben-wa (pesinhos ou cones) usadas para a realização de exercícios já numa etapa posterior.

Atualmente, o pompoarismo é uma técnica utilizada por profissionais especialistas em sexualidade humana, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da mulher, além de prevenir algumas doenças como a incontinência urinária. Inclusive, existe uma técnica semelhante ao pompoarismo, criada pelo ginecologista americano Arnold Kegel.

Os exercícios de Kegel (contração e relaxamento dos músculos vaginais), podem ser realizados várias vezes ao dia. Aliados à psicoterapia, podem auxiliar no tratamento do vaginismo, em que a vagina permanece contraída provocando muita dor, impedindo a penetração e até mesmo a realização do exame ginecológico.

Benefícios

De acordo com Maria Lúcia, as técnicas do pompoarismo fazem bem à saúde da mulher, pois além de evitar o afrouxamento da região pélvica, que perde a firmeza decorrente da idade e de partos sucessivos, proporciona mais prazer sexual, tanto para mulher como para o parceiro.

Ela afirma que para a realização dos exercícios é fundamental orientação de profissionais especialistas na área da sexualidade, conhecedores da técnica. “A realização não adequada poderá causar danos como, entre outros, machucar a vagina interna ou externamente, aparecimento de infecções. É necessário alguns cuidados higiênicos dos materiais utilizados”, alerta.

Os benefícios do pompoarismo podem ser destacados com o fortalecimento da musculatura vaginal com a finalidade de melhorar a qualidade de vida sexual, proporcionando prazer para a mulher e seu parceiro, favorecer a auto confiança sexual, proporcionar auto conhecimento corporal, facilitando a obtenção do orgasmo e prevenir e tratar problemas como flacidez pós-parto e incontinência urinária, que tantos transtornos causam às mulheres.

Uma empresária de Bauru que preferiu não se identificar, disse que já fez o curso de pompoarismo. Para ela, a qualidade da vida sexual se divide em antes e depois do curso. “Não sei me imaginar mais sem essas técnicas. As diferenças são monstruosas. Toda mulher deveria aprender a se conhecer melhor e saber do que é capaz. Meu casamento melhorou 100% depois do curso”, conta.

Seu marido também aprovou. “No início eu fiquei com um certo receio e até ciúme, porque não sabia como era esse curso, mas depois percebi que era bobeira minha e resolvi apoiá-la. Foi a melhor coisa que eu pude fazer. Nossa vida sexual já estava muito sem graça. Na verdade, quando casamos já não tínhamos mais aquela disponibilidade do começo do relacionamento. Com o curso, nós resgatamos o desejo e, mais do que isso, percebemos o quanto podemos oferecer de prazer um para o outro”, relata.

Profissionalismo

A sexóloga Maria Lúcia diz que tanto a técnica do pompoarismo como os exercícios de Kegel são realizadas sem que o profissional toque na paciente ou participante do curso. “O profissional apenas instrui, informando a maneira correta e adequada para que pratiquem os exercícios na sua intimidade, em casa, ou onde julgarem adequado”, alerta.

Ela salienta ainda que para alcançar os benefícios do pompoarismo, é necessário semanas, meses de treinos, portanto paciência, força de vontade e persistência são essenciais para as mulheres interessadas em pompoar.

Para praticar o pompoarismo, são utilizados alguns objetos como vibradores e as bolinhas ben-wa. Maria Lúcia diz que, antes de praticar, a aula teórica é fundamental, pois é necessário que a mulher compreenda a anatomia do órgão genital.

O primeiro exercício a ser aprendido, de acordo com ela, é o de Kegel, contraindo e relaxando os músculos vaginais. Em seguida, a mulher recebe instruções sobre as posições em que poderá realizar os exercícios (de pé, sentada e/ou deitada). No início, explica a sexóloga, ela utilizará seus dedos para realizar o toque e reconhecer sua genitália, contraindo e relaxando a musculatura, percebendo a contração.

O vibrador tem a mesma finalidade, para que a mulher sinta a força da contração e se os exercícios anteriores estão enrijecendo sua musculatura. Só depois é que ela utilizará as ben-wa, introduzindo um dos pesinhos como se faz com o absorvente interno, em seguida contrai e relaxa até que o outro pesinho seja “sugado”.

Cuidados especiais

4 o vibrador e os pesinhos, antes e depois dos exercícios, devem ser lavados com sabão neutro;

4 são de uso pessoal, não emprestar para outra pessoa;

4 o uso de lubrificantes à base de água auxiliam, sendo usados no vibrador e nas ben-wa. A qualidade do lubrificante é essencial para não causar irritações alérgicas;

4 o pompoarismo não deve ser praticado sem a realização de um curso ou orientação profissional, pois a introdução não adequada do vibrador ou dos pesinhos podem causar danos ao órgão genital da mulher.

Peripécias possíveis depois do curso

Algemar – impedir a saída do pênis.

Chupitar – sucção e contração juntas

Dedilhar - contrair os anéis circunvaginais alternadamente.

Expulsar – expelir o pênis num movimento contrário ao da sucção.

Guilhotinar – “morder” com força.

Morder – contrair o anel que estiver logo abaixo da glande, para retardar a ejaculação.

Ordenhar – contrair os músculos em seqüência, do mais externo para o mais próximo do colo do útero.

Revirginar – contrair o músculo anelado da entrada da vagina, dificultando a entrada do pênis.

Sugar – “puxar” o pênis para dentro da vagina, como se fosse sexo oral.

Fonte: www.pompoarismo.com.br

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