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Comum, aditivada ou podium?

Marcelo Ferrazoli
| Tempo de leitura: 3 min

Abastecer o veículo é ato corriqueiro para milhões de motoristas brasileiros. Entretanto, você já parou para pensar se está enchendo o tanque com a gasolina realmente adequada para seu automóvel? Para isso, é imprescindível conhecer, além das características mecânicas do carro, os diferentes tipos do combustível existentes no mercado.

O primeiro, e um dos mais importantes, procedimentos a se tomar é verificar o manual do proprietário. Nele, o condutor encontrará todas as informações necessárias à boa manutenção e os principais cuidados com seu veículo, como a escolha do combustível. É mandatório que se opte sempre por aquele recomendado pelo fabricante.

Igualmente fundamental é compreender as variadas composições das gasolinas ofertadas atualmente nos postos nacionais. Há três tipos: comum, aditivada ou podium, também conhecida como premium. Além do preço, elas se diferenciam pela resistência à detonação (octanagem) e quantidade de aditivos.

O químico Rubens Mário de Oliveira, gerente de qualidade e meio ambiente de uma distribuidora bauruense de combustíveis, explica que a gasolina comum é a produzida estritamente dentro das normas legais e em cuja composição ainda leva a adição de porcentagens - entre 24% a 26% - de álcool anidro. “Ela é feita para que qualquer carro possa utilizá-la normalmente”, frisa.

Já a gasolina aditivada, conforme Rubens, nada mais é do que a gasolina comum com os mesmos índices de álcool e um emulsificante, uma espécie de “detergente”, em sua composição. A presença de tal elemento químico é a principal vantagem deste tipo do combustível para a comum. “Ele auxilia na limpeza de toda área de atuação da gasolina no motor, que acumula resíduos provenientes da combustão”, esclarece.

Com isso, o propulsor é capaz de queimar o combustível com mais eficiência, o que se traduz em melhores números de desempenho e economia. Por isso, nos carros equipados com injeção eletrônica, o uso da gasolina aditivada é mais recomendável, já que os componentes desse sistema são mais sensíveis às impurezas em comparação com os carburados.

Já a gasolina podium/premium possui uma formulação química que aumenta sua octanagem, mas a presença de “detergentes” ou aditivos costuma ser opcional e incomum. Por isso, seus benefícios serão percebidos em veículos cuja taxa de compressão do motor é alta e obrigatoriamente pedem por esse tipo de combustível, como os esportivos ou importados de performance acima da média.

Por isso, Rubens é enfático. “Seu uso é opcional em veículos que não tenham alta taxa de compressão do motor ou que o manual do proprietário não especifica”, enfatiza o químico.

Se você sempre usou a comum no tanque e está pensando em mudar para a aditivada, tenha em mente que a sujeira impregnada por onde a gasolina atua tende a desprender-se pela ação dos aditivos e prejudicar o funcionamento do veículo, podendo ocasionar falhas durante a aceleração, marcha lenta irregular e perda de rendimento em geral.

“É preciso critério para fazer essa mudança”, alerta Rubens. “Como toda câmara de combustão será limpa, os resíduos poderão causar desregulagens no motor do automóvel”, acrescenta o químico.

Para evitar problemas do gênero e gastos desnecessários, Rubens recomenda que a troca da “gasosa” comum pela aditivada seja feita de maneira gradativa. “O ideal é iniciar com um porcentual de 80% da comum e 20% da aditivada e ir aumentando-o paulatinamente”, sugere o gerente. Mas elas podem ser misturadas? “Sem problemas”, garante ele.

O químico sustenta, ainda, que a substituição da gasolina comum pela aditivada não fornecerá mudança significativa no desempenho do veículo. Por isso, se alguém pensa que ela fará seu automóvel “andar mais” está enganado. “Ela não faz mágicas”, ressalta Rubens.

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