Os chapéus vistos com freqüência na cabeça de um dos mais famosos locutores de rodeio do País, Marco Brasil, e da locutora Neuma Moraes são montados na vizinha cidade de Bariri (a 56 quilômetros de Bauru). A fábrica de chapéus Dallas, inaugurada há 20 anos para fabricar chapéus de palha para os trabalhadores rurais, tem uma produção diária de 1.500 chapéus de modelos diversificados.
Para o setor de chapéus, a entrada do boné de pano no mercado significou uma queda acentuada para o produto confeccionado em palha. “Este tipo de chapéu era usado pelo trabalhador rural. Com a entrada do boné de tecido no mercado, houve uma retração,” lembra o proprietário José Augusto Calegari.
O chapéu só voltou ao seu auge, em novo formato, no início dos anos 90 para atender outro tipo de público. “Com as festas de peão, que se tornaram moda no País, o chapéu de lã ganhou espaço. Porém, ele não é totalmente fabricado em Bariri. A matéria-prima é importada.”
As festas realizadas nos meses de março a outubro de cada ano movimentam o mercado de chapéu. “O período que antecede as festas é a melhor temporada para a venda de chapéus confeccionados em lã, porque coincide com o período mais frio do ano.”
A venda é maior nos Estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso. “O auge é na Festa do Peão de Barretos, que se tornou internacionalmente conhecida.”
O chapéu mais vendido é o de lã de cor preta. “Comprado pelos participantes de rodeio. Um chapéu deste tipo dura mais de cinco anos, se bem cuidado”, frisa Calegari.
Proteção
No verão, a vedete são os chapéus próprios para proteger os banhistas nas praias. “A linha Seagrass e Panamá praia é destinada às pessoas que querem se proteger dos raios solares.”
A linha feminina é montada com fibra de celulose importada da China, explica Calegari. Segundo ele, quanto mais fina a fibra maior é a qualidade do produto.
A Dallas monta também, as viseiras em fibra de celulose que protegem mais os olhos do que a cabeça.
Altos e baixos
De acordo com Calegari a indústria de chapéus passou por altos e baixos nesses 20 anos. “Em 85 a empresa vendia 30 mil chapéus/mês. O nosso principal clientes eram os trabalhadores rurais. Nessa região o chapéu de palha era muito utilizado nas lavouras.”
Dois anos depois, já em 87, com o aparecimento do boné de tecido, a indústria do chapéu passou por uma forte crise. “Os trabalhadores da lavoura adotaram o boné, que protegia a cabeça com tecido.”
No final de 88, com o confisco da carne, os pecuaristas voltaram a investir em gado e o chapéu tipo Panamá voltou a ser procurado. “Mas foi em 90, com o aparecimento das festas de peão, que a indústria do chapéu voltou a crescer. O chapéu estilo cowboy. ”
Para montar os chapéus de lã, a empresa importa a matéria prima da China e do Equador. “Nós estamos estudando a possibilidade de começar a exportar.”