Cultura

Da diversão à sétima arte

Da Redação
| Tempo de leitura: 3 min

Sem levar muito a sério no começo e guiado pelo acaso, o ator Renan Gioelli terminou em dois longa-metragens.

Depois de comerciais e de passagens despretenciosas pelo teatro, aos 18 anos Gioelli já contracenou com Lázaro Ramos, Betty Faria, Werner Schünemann e Deborah Secco.

Um dos resultados do acaso poderá ser visto no fim de dezembro, quando tem estréia nacional “Meu Tio Matou um Cara”, de Jorge Furtado, mesmo diretor de “O homem que copiava” (2003), e com trilha sonora assinada por Caetano Veloso.

Comédia romântica policial com o ingrediente de um triângulo amoroso, o novo filme de Jorge Furtado narra a história de Duca (Darlan Cunha), menino de 15 anos que tenta provar a inocência do tio (Lázaro Ramos), preso por matar o ex-namorado de Soraya (Deborah Secco). Para desvendar o caso, Duca tem a ajuda de Isa (Sophia Reis) e de Kid (Renan Gioelli), trio responsável pelas passagens divertidas do filme.

“A história do tio envolve o filme inteiro, mas é usada por Duca para conquistar Isa. A base do filme é o triângulo amoroso”, conta o ator.

Gioelli é uma dos vértices do triângulo. Melhor amigo de Duca, Kid faz o adolescente tipo malandro desencanado que atrai Isa, mas que não liga para ela. “Kid é o anti-herói, é um malandrão bom, e o Duca é o herói-romântico”, explica.

Voltado principalmente para os jovens, a narrativa aborda temas como o racismo e preconceito. Diferenças de tratamento nas escolas e relacionamentos entre brancos e negros são pontos da trama que, na visão de Renan Gioelli, atraem um público variado.

“O filme não é alienado. Ele tem uma cultura que permeia o filme, a questão racial, e que não é só para adolescentes”, considera.

Começo

O destaque é para “Meu Tio Matou um Cara”, mas quem levou o ator até ele foi outro longa. Após uma seleção entre 150 atores e com o aval de Betty Faria (co-produtora), Gioelli foi convidado para ser Luís Roberto em “Bens Confiscados”, de Carlos Reichenbach, com estréia prevista para meados do primeiro trimestre do ano que vem.

De gêneros bem diferentes, “Bens conficados” é um drama permeado pela política. Filho bastardo de um senador influente, o ator interpreta um adolescente que é escondido pelo pai para evitar escândalos.

Em uma pequena cidade do Sul do País, Luís Roberto recebe os cuidados da enfermeira Serena (Betty Faria). “Meu personagem e o da Betty Faria simbolizam o povo, como ele é manipulado pela corrupção”, sintetiza Gioelli.

Primeira participação do ator no cinema, a responsabilidade e o medo de contracenar com Betty Faria e, depois, Deborah Secco e Lázaro Ramos assustaram no começo. “O início foi difícil porque você não vê aquelas pessoas como seres humanos. Eu ficava muito tenso, sentia uma barreira para conversar com elas. Mas com o tempo foi passando e todos me trataram muito bem.”

Nascido em Bauru, Renan Gioelli vive atualmente em São Paulo e passa as férias na cidade. Após as surpresas da grande tela e da convivência com nomes relevantes no cenário cinematográfico, o jovem ator quer continuar no cinema.

“Foi uma surpresa tudo isso. Eu fazia teatro, mas era por diversão. Não tinha experiência em cinema, dei muita sorte. Espero que a sorte continue.”

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