Regional

2.000 acompanham enterro de prefeito

Luciana La Fortezza
| Tempo de leitura: 3 min

Pirajuí - Com salva de três tiros de fuzil e toque de silêncio, o prefeito de Pirajuí, Euclides Ferraz de Camargo (PMDB), 62 anos, foi enterrado ontem pela manhã. Além da família, assessores e políticos, cerca de 2.000 pessoas estiveram no Cemitério Municipal da Saudade para homenageá-lo.

Ainda de acordo com as estatísticas da Polícia Militar, pelo menos metade da cidade, calculada em aproximadamente 20 mil pessoas, passou pela prefeitura, onde o corpo do chefe do Executivo, conhecido como Neguito, era velado desde a tarde de anteontem. Quase ao final da cerimônia de sepultamento, a esposa dele, Sônia Hazar Ferraz de Camargo, transmitiu aos presentes algumas palavras do prefeito pouco antes dele morrer.

Neguito teria dito que perdoava as pessoas que tentaram magoá-lo. Também teria se desculpado por provocar eventuais mágoas e agradecido a todos, informou o reverendo Flávio Braga Faccio, presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Pirajuí.

Posteriormente, o caixão - coberto pela bandeira do município e do Parque Clube de Pirajuí - foi carregado por atiradores do Tiro de Guerra até uma viatura do Corpo de Bombeiros. Antes do cortejo, a população o aplaudiu e acompanhou a execução do Hino Nacional, do hino de Pirajuí e a canção “Amigos para Sempre”, tocada por uma banda.

O cortejo seguiu pela rua Fundador João Justino da Silva, onde uma obra de pavimentação iniciada por Neguito está em andamento. Flores foram deixadas no local. “Foi uma grande decepção (a morte dele). Achávamos que a cidade estava no caminho certo”, diz a professora Cláudia Fanali, eleitora do prefeito. Neguito assumiu a administração municipal em 2003, em substituição a Luiz Carlos Serrato (PTB), que foi afastado por crime de responsabilidade - deixou de repassar recursos para a Câmara.

No ano passado, Neguito foi reeleito com 61,33% dos votos. “Foi um prefeito que fez bastante por Pirajuí”, afirma a dona de casa, Gessi Rocha de Assis. Tem opinião semelhante o pintor José Lopes, que não chegou a votar nele, mas também lamentava a perda, em meio a quase 2 mil pessoas que se aglomeravam em frente ao prédio da prefeitura, ontem pela manhã.

Parte delas acompanhou o cortejo de aproximadamente três quilômetros. Uns seguiram a pé, outros pegaram carona em um dos três ônibus gratuitos ofertados pela administração municipal e uma parcela se dirigiu ao cemitério de carro. No caminho, os moradores saíam de casa em reverência. A maioria das lojas comerciais do Centro permaneceu fechada até as 12h.

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Homenagens

Vários políticos da região estiveram em Pirajuí e participaram das homenagens prestadas ao prefeito Euclides Ferraz de Camargo, o Neguito, que morreu anteontem de insuficiência hepática e neoplasia generalizada (câncer). Entre eles, o deputado estadual Ricardo Castilho (PV).

“É uma perda lamentável para o povo de Pirajuí e para a política do Estado de São Paulo. Ele sempre demonstrou amor pela cidade e capacidade”, afirma o parlamentar. Concorda com ele o prefeito de Avaí, Paulo Sérgio Rodrigues (PSDB), que assume ter aprendido muito com Neguito, conhecido por tratar com austeridade as contas da prefeitura.

“A gente se espelhava nele. Era um ótimo administrador”, acrescenta o chefe do Executivo de Balbinos, Ed Carlos Marin (PSDB).

O trabalho realizado por Neguito terá seqüência nas mãos de Jardel de Araújo, vice-prefeito que assumiu a administração municipal quando o quadro de saúde do então chefe do Executivo se agravou. “Trabalhávamos lado a lado. Ele me orientava em tudo, passava sua experiência. É lamentável, mas acho que estou preparado (para assumir a função)”, conclui Araújo.

Ela ajudou na organização do sepultamento, que também contou com a presença de vereadores e representantes do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB), de outros prefeitos da região, além de membros de entidades como a Associação Comercial de Pirajuí, Santa Casa de Misericórdia e Parque Clube.

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