Regional

Central de embalagens será referência na região

Adilson Camargo
| Tempo de leitura: 2 min

São Manuel - Com a publicação da Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, os produtores rurais foram obrigados a dar uma destinação adequada às embalagens vazias de agrotóxicos. Inicialmente, a devolução era feita nos estabelecimentos comerciais onde era feita a compra do produto. Depois, começaram a surgir os postos de recebimento e central de recolhimento.

Até então, a região possuia apenas alguns postos de recebimento dessas embalagens. Entre eles, um em Bauru e dois em Jaú. A partir do dia 10 de mês que vem, São Manuel passa a abrigar a primeira central de recolhimento da região.

As embalagens serão armazenadas em dois galpões, às margens da rodovia Deputado Lazaro de Almeida Prado (SP-255). A obra ficou em R$ 450 mil e foi paga pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), em parceria com a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de São Manuel (Cafenoel) e a prefeitura da cidade.

O Inpev pagou a obra, a prefeitura cedeu o terreno e os maquinários e a cooperativa vai gerenciar o funcionamento da central. A escolha de São Manuel para receber a central de recolhimento não foi por acaso.

Segundo levantamento do Inpev, a região concentra uma grande quantidade de usinas de açúcar e álcool, o que indica uma extensa plantação de cana, e não tinha nenhuma central para receber os galões de agrotóxicos, enquanto outras regiões já contam com esse serviço.

Como São Manuel fica no centro das principais usinas da região e é uma cidade de fácil acesso rodoviário, o Inpev decidiu investir ali e foi bem recebido pelo município.

Produção anual

A estimativa inicial supera as 200 toneladas de embalagens por ano. Essa quantidade é basicamente o que os produtores de cana utilizam durante o ano na lavoura, sem contar o que é utilizado em outras culturas como o café e a laranja, que está em franca expansão da região.

Se essa previsão se confirmar, a despesa com a central será coberta apenas com a venda das embalagens. O comprador para esse produto já está garantido. Será a própria Inpev.

Depois de reciclados, os galões de agrotóxicos são transformados em conduítes (tubos flexíves que ficam embutidos na parede).

Ainda não existe uma planilha de trabalho definida. É provável que uma parte da semana seja destinada ao recebimento das embalagens e a outra parte para imprensar, fardar, pesar e despachar o produto.

Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 978 dos 5.560 municípios brasileiros descartam embalagens de agrotóxicos em vazadouros a céu aberto, os chamados lixões.

De acordo com a lei 7.802, toda embalagem de agrotóxico devem ser devolvidas num prazo de um ano a partir da compra. Antes da devolução, o produtor deve fazer a tríplice lavagem e furar o fundo da embalagem. A tríplice lavagem consiste em lavar o galão por três vezes. A água utilizada deve ser destinada à pulverização da lavoura. Nunca jogada em rios.

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