Quem nunca ficou com medo após ouvir uma história de um fenômeno sobrenatural? Loira que aparece no banheiro das escolas para deixar os alunos apavorados, criança picada por cobra dentro de uma piscina de bolinhas, pessoas que morrem e depois reaparecem para assombrar os outros, vultos que saem dos cemitérios, entre outras. São incontáveis as lendas que fazem parte do cenário fantasioso de Bauru.

Muitas delas vieram de outros lugares e foram adaptadas de acordo com a cultura local, outras nasceram na própria cidade, como o caso da morte de João Henrique Dix, que doou o terreno para a construção do Cemitério da Saudade e, depois, teria se matado só para ser o primeiro a ser enterrado no local.

Existem ainda as histórias de assombração da escola estadual Ernesto Monte e o caso da mulher que tenta atravessar a rodovia Marechal Rondon de mãos dadas com duas crianças, na altura do trevo da Chácara da Eny. Além da lenda do nenê seqüestrado dentro de um supermercado local. Você já ouviu? Pois muitas mães bauruenses ficaram aterrorizadas com essa história, que ficou bastante popular na cidade no final da década de 90 e até virou objeto de pesquisa, apresentada durante a 5.ª Conferência Brasileira de Folkcomunicação, realizada em Santos, em 2002.

Algumas lendas são tão cheias de detalhes que se torna difícil não acreditar nelas. Outras, ao invés de lendas, se transformam em superstição, como a da trave do Noroeste que virou um amuleto da sorte para alguns torcedores do clube.

Um dos mitos mais conhecidos na região de Bauru é o da noiva do casarão de Tibiriçá. Uma das versões dessa lenda diz que, no dia do seu casamento, ela teria tropeçado no degrau da escada de sua mansão e morrido logo em seguida.

Como tal tragédia ocorreu na véspera daquele que seria um dos momentos mais felizes da vida dela, o espírito da noiva teria se recusado a partir e sua alma preferiu habitar o casarão. Moradores de Tibiriçá também relatam que ela caminha pelas estradas rurais da região pedindo para que as pessoas tirem o véu do seu rosto.